A Independência para inglês ver

Na visão de Guilherme Wisnik, a Independência do Brasil foi feita para que nada mudasse e para que o País continuasse com sua economia escravocrata e dominado pela elite

 08/09/2022 - Publicado há 2 anos

Em sua coluna desta semana, o professor Guilherme Wisnik fala sobre os 200 anos da Independência, de passagem fazendo menção também aos 100 anos da Semana de Arte Moderna. Ele diz que, apesar de a Independência ser um marco histórico importante, o evento em si nada mais foi do que um  pacto de elites, elaborado por um príncipe regente que era filho do rei de Portugal. “A Independência do Brasil foi feita, como a gente sabe, para que nada mudasse, para que o País continuasse um país de economia escravocrata, portanto, muito longe ainda do liberalismo que a Inglaterra já vinha pressionando e puxando na política internacional.” Wisnik observa ainda que a Independência do Brasil foi feita para que os senhores de escravos continuassem com sua exploração e com o tráfico de seres humanos.

“As mudanças vão sendo feitas para que, na verdade, nada mude”, afirma o colunista, que menciona ainda a Semana de Arte Moderna, em 1922, ocorrida cem anos após a Independência, evento que, na visão de Wisnik, foi um “vértice de tentativa de mudança” e, ao mesmo tempo, de conservação. “Hoje, em 2022, nós estamos em mais um vértice dessa efeméride, tentando imaginar o que será o Brasil a partir de agora.”


Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar  quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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