
Neste USP Especiais, ouça como, no período da ditadura militar no Brasil, “a arte se tornou mais crítica”, e o teatro, socialmente engajado, foi de intermináveis censuras.
Os arquivos salvos por Miroel Silveira dizem respeito a uma censura prévia a rádio, tv, livros etc., feita pelos órgãos censores no período ditatorial.
Miroel Silveira era um professor de teatro da Escola de Comunicações e Artes da USP nos anos da ditadura e teve uma história interessante de resguardo dos arquivos de censura da época do fim do regime militar, em 1988.
As peças O Crime do Poço, de Helena Silveira, e Reportagem de um Tempo Mau, de Plínio Marcos, são exemplares de um teatro engajado socialmente. As histórias calcadas numa terrível realidade nos é desnudada, com trechos emocionantes e reflexivos, políticos e filosóficos, instigantes de um pensamento contracultural que simplesmente nos abre os olhos.
A censura pensava o teatro como idealismo, como educação da população, e não como uma crítica à realidade. Escutar os trechos dos textos teatrais e dos textos de avaliação das peças que justificavam a censura nos aporta para um tempo que, de fato, deve ficar longe da nossa realidade e existir apenas como dado histórico.
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Créditos do programa
Apresentação, edição e montagem: Thales Figueiredo