Todos os Olhos talvez seja o álbum mais importante de Tom Zé e é, sem dúvida, um divisor de águas em sua carreira. Um álbum conceitual, experimentalista e, sobretudo, perpassado por uma abordagem do anti-herói.
Tom Zé foi participante do movimento tropicalista. Mas, com o declínio do movimento, esteve longe das altas vendagens, diferentemente de Caetano ou Gil. Nesse movimento, a ala mais experimentalista, com Os Mutantes, Rogério Duprat e o próprio Tom Zé, acabou por ficar à margem.
Sem abrir mão do seu projeto estético, Tom Zé grava um álbum que vai na contramão do ambiente sonoro da canção. Tom Zé revisita Dolores Duran e desconstrói o samba-canção; revisita e também desconstrói a si mesmo em O Riso e a Faca; desfaz a bossa nova na anticontemplação de Brigitte Bardot; e personifica a cidade de São Paulo em Augusta, Angélica e Consolação.
Sendo um álbum conceitual, a polêmica sobre a capa também esteve presente.
Neste programa você ouvirá uma análise, na íntegra, desse álbum.
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Créditos do programa
Roteiro, apresentação e montagem: Eduardo de Oliveira
Supervisão e revisão: Gustavo Xavier