Traduções de grandes obras da poesia oral reconstroem ritmos das línguas originais

Pesquisador da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP vem realizando, em seu doutorado, traduções de grandes obras da poesia oral do inglês, do grego antigo, do japonês e do latim para o português

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 13/05/2021 - Publicado há 3 anos
Novos Cientistas - USP
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Traduções de grandes obras da poesia oral reconstroem ritmos das línguas originais
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Para o professor e tradutor Rodrigo Bravo, traduzir a poesia “é um exercício de reflexão sobre a própria essência do que nos irmana enquanto seres humanos, para além das barreiras físicas e culturais que, infelizmente, ainda impomos uns sobre os outros.” Foi assim que Bravo definiu seu trabalho de pesquisa que vem sendo desenvolvido no programa de doutorado da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. O professor foi o entrevistado desta quinta-feira (13) no podcast Os Novos Cientistas.

Em suas traduções de grandes obras da poesia, Rodrigo Bravo não considera apenas o conteúdo dos textos, mas também a forma e outras figuras de linguagem importantes na tradução. Suas traduções são, majoritariamente, do inglês, do grego antigo, do japonês e do latim. “Meu interesse, ao traduzir poesia, é mostrar que todas as culturas humanas, desde o início da nossa civilização, se igualam em seu ímpeto de complexificar a linguagem, e que há menos diferenças entre nós do que imaginamos.”

Atualmente Bravo trabalha na tradução da obra de Homero e de Shakespeare para a língua portuguesa. No caso de Homero, começou pelos Hinos Homéricos – um compêndio de poemas dedicados aos deuses do panteão grego. “Pretendo, quando estiver preparado espiritual e mentalmente, traduzir também a Ilíada e a Odisseia“, disse o pesquisador. No caso de Shakespeare, seu objetivo inicial é traduzir as peças do autor que foram classificadas pela crítica como tragédias. “Quando se traduz poesia oral, é necessário ter em mente que o livro servirá apenas de partitura, tal como na música, a partir da qual o ator ou performer, diante do público, poderá trazer a sua verdadeira fruição. Isso implica um cuidado extra, na hora de traduzir, para que a performance seja facilitada.”


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