As eleições presidenciais de 2022 se aproximam e, segundo José Luiz Portella, não vemos políticos propondo um Plano Nacional de Desenvolvimento voltado para a diminuição da desigualdade. O professor destaca que “desenvolvimento não é crescimento, não é ter o PIB aumentado tão somente. Crescimento com distribuição de renda significa que o crescimento melhore a vida de todos”.
Portella diz que para haver crescimento acompanhado da distribuição de renda é necessário o estabelecimento e cumprimento de metas, de maneira similar ao plano voltado para a industrialização nacional de Juscelino Kubitschek. O plano deve ter uma síntese, isto é, um objetivo, que deve ser o combate à desigualdade e a eliminação da extrema pobreza. Portella descreve o modelo de plano necessário como um “plano que tivesse quatro ou cinco metas ligadas à Presidência da República, mas que tivesse sinergia. Então, cada Ministério precisaria ter três metas com relação à desigualdade na sua área, independentemente das cinco grandes metas. E isso deveria ser replicado para os Estados brasileiros. Todos deveriam ter também pelo menos três metas de eliminação de desigualdade”. O professor também diz que cada município deveria ter pelo menos uma meta para esse fim.
Portella aponta a importância da capilarização do Plano Nacional de Desenvolvimento, ou seja, a existência de planos também nos Estados e municípios, para garantir que a distribuição de recursos não aumente a desigualdade, como acontece quando são distribuídos deliberadamente mais recursos para cidades que são de interesse de alguns políticos. Essa distribuição baseada em interesses privados gera um desequilíbrio entre a cidade beneficiada e as que a cercam, promovendo a desigualdade.
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