Há alguns anos, ganha destaque no âmbito das políticas públicas municipais o projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo. Os debates começaram em 2009, com uma licitação do governo estadual. O projeto busca estimular o potencial da cidade de São Paulo de ter um transporte hidroviário. Tudo isso a partir de uma rede de 170 km de vias navegáveis pelos rios da cidade.
A articulação arquitetônica e urbanística do Hidroanel foi realizada em 2011, por um grupo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Pautado há uma década, ele é visto como um projeto de fôlego, pois sua implementação ultrapassa os quatro anos de uma gestão. “Ele é mais do que uma política pública de transporte aquaviário, é uma política transformadora de São Paulo”, afirma o professor José Luiz Portella no podcast Sociedade em Foco.
O território de São Paulo já é repleto de vias aquáticas, sendo elas o rio Tietê, Pinheiros e as represas Billings e Taiaçupeba, principalmente. O projeto do Hidroanel prevê, além das novas vias navegáveis, a construção de eclusas, triportos para a reciclagem de lixo, ecoportos, responsáveis pelo descarte de mercadorias, portos para passageiros, dragaportos, lodoportos e transportes com conexão modal. “É uma revolução”, define Portella. O projeto estima 40 mil novos empregos diretos e 20 mil indiretos.
O Hidroanel ganha, principalmente, por sua multidisciplinaridade. Abrange a questão do lixo e do meio ambiente na cidade e envolve a questão turística com a utilização de rios para este fim. “Vai dar um impulso nessa questão que há 40 anos não se resolve com uma política que é recuperar esses rios, retirando o esgoto de seu canal principal”, indica Portella, lembrando também do transporte de mercadorias entre regiões da cidade.
Momento Sociedade
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