
José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados (IEA-USP), comenta, no novo episódio do Sociedade em Foco, a falta de articulação do governo federal com o Congresso Nacional e os impactos disso para a aprovação de políticas públicas.
“Nós teremos políticas públicas antagônicas, teremos uma série de avanços e recuos, teremos, sobretudo, um cenário de incerteza o tempo todo, isso não quer dizer que não haverá coisas boas, mas haverá também coisas ruins, recuos, coisas boas sem uma consolidação”, diz Portella.
Como exemplo desse cenário, o especialista traz o Marco Legal do Saneamento Básico: “O Marco do Saneamento estava bem-feito, e eu acho que o governo não consegue dar conta disso sem a iniciativa privada e a ideia de que as empresas públicas pudessem fazer contrato sem licitação levava a uma estagnação que nós temos até agora. Esse absurdo de ter praticamente 50% da população sem esgoto, num país que já foi a sexta economia do mundo”, completa.
Sobre a relação com o Congresso Nacional, Portella aponta: “Você não tem uma base que garanta ao governo a consolidação das suas políticas, nós vamos ter uma base que ora vota com o governo, ora não vota”. Na análise do pesquisador, o governo só pode ter consciência dos problemas que isso gera no biênio final do mandato presidencial.
Momento Sociedade
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