Sociedade em Foco #125: A educação e a saúde são áreas fundamentais para o País

O professor José Luiz Portella comenta a importância e as dificuldades das políticas públicas na educação e na saúde no Brasil

 11/10/2022 - Publicado há 2 anos
Momento Sociedade - USP
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Sociedade em Foco #125: A educação e a saúde são áreas fundamentais para o País
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“Quando você pergunta, nas pesquisas da população, quais são as coisas mais importantes, educação e saúde sempre emergem como as questões políticas que as pessoas mais se preocupam.” Essa fala de José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e pesquisador do Instituto de Estudos Avançados, pauta este episódio do podcast Sociedade em Foco.

“A educação tem aquela coisa de ser a base para a mudança do País. A importância que ela tem, seja no momento atual, seja para preparar para dez anos, 20 anos, para as gerações que estão vindo”, comenta Portella. O impacto da educação é longo e, como dito, é fundamental para a população. Do mesmo jeito é a saúde, por mais que possa parecer não ter um efeito duradouro, ela é como o âmbito educacional.

A saúde não tem um aspecto só de atendimento momentâneo: “A questão profunda de construir algo para melhorar, para valer mesmo com muito tempo”, diz Portella. Para ele, o que falta na questão da saúde é um mapa de cobertura nacional, para analisar onde tem atendimento, onde não tem, se tem pontos vazios. O professor acrescenta: “Não se olha o Brasil como um todo, você precisa melhorar o que já tem em muitos lugares”.

Num contexto de eleições, Portella comenta o tratamento genérico das políticas públicas na educação e na saúde de ambos os lados: “Arrisco perguntar se as pessoas têm uma visão clara de como será com qualquer um dos candidatos ganhando: é um momento de discussão muito forte das políticas públicas e elas não estão sendo feitas. Você não tem visão do que vai acontecer normalmente, o que se fala, tanto de educação quanto de saúde, até de outras políticas, é genérico”.

O professor acredita que o principal problema é a falta de acompanhamento, de políticas públicas nessas áreas que tracem uma cobertura no País e não fiquem somente na parte genérica: “O que a gente tem não são metas mensuráveis. O que a gente tem são determinados sistemas que acabam apontando as falhas, mas não um jeito de acompanhar a política e corrigi-la ao longo do tempo. Não adianta só saber que uma coisa está mal, você precisa saber como vai ser feita a melhora, quais os compromissos que você assume e a discussão, neste momento eleitoral, não está sendo feita”, enfatiza Portella.


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