Sociedade em Foco #121: Candidatos às eleições não assumem compromisso com reformas básicas

Neste episódio, o professor José Luiz Portella aborda a implementação de três reformas como caminho para o desenvolvimento do Brasil

 06/09/2022 - Publicado há 2 anos
Momento Sociedade - USP
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Sociedade em Foco #121: Candidatos às eleições não assumem compromisso com reformas básicas
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O Brasil exige propostas de reformas necessárias para seu desenvolvimento pleno, porém, as propostas dos candidatos nos debates eleitorais não contemplam os pilares básicos. É o que diz o professor José Luiz Portella neste episódio do Sociedade em Foco. Para ele, “começa todo mundo a apresentar pequenos programas que resolvem pontos específicos e não há um pensamento voltado para o todo”.

O professor destaca a discussão de três reformas para reestruturar o “todo”: tributária, administrativa e política. “Se nós não fizermos essas reformas e não discutirmos isso que não está sendo discutido nos debates, o Brasil vai continuar patinando”, analisa Portella.

Reforma tributária

“A reforma tributária é fundamental para ajudar a diminuir a desigualdade”, explica ele. A justiça social na cobrança de tributos, sobretudo na proporção do pagamento entre as classes mais e menos abastadas, é um dos meios para o processo de crescimento do País. Portella ainda sinaliza a negligência dos candidatos perante o assunto: “Na reforma tributária, você não vê nenhum dos candidatos assumir um compromisso com uma das reformas que já estão no Congresso”.

Reforma administrativa

Os salários altos de determinados grupos também são alvo de preocupação do professor: “Essa proposta, como pega funcionários privilegiados, que têm assento próximo aos políticos do Poder Legislativo e das autoridades do Poder Judiciário, é rechaçada”. As distorções salariais são vistas como uma “marca brasileira” por ele.

Reforma política

As despesas com o custeio com a máquina pública levam à última reforma necessária, na opinião dele: a reforma política. Portella não vê possibilidade de governo do País no sistema de presidencialismo, uma vez que “o [Poder] Executivo perde a sua autonomia de governar e cede a vários interesses do Congresso que deturpam qualquer agenda”. Ele ainda denomina como “esculhambação da democracia” a incoerência dos posicionamentos partidários para agarrarem-se ao poder, mesmo que contra suas ideologias.


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