O Saúde sem Complicações desta semana recebe o neurologista Vitor Tumas, professor do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, para falar sobre a síndrome de Tourette. Ele explica que essa síndrome é caracterizada pelo aparecimento de tiques motores e tiques vocais em pessoas com menos de 18 anos e devem durar por, no mínimo, um ano. “Os tiques normalmente aparecem na infância, mas, caso apareçam na idade adulta, deve-se prestar atenção, pois podem ser causados por doenças mais graves, e não por essa síndrome”, enfatiza.
Tumas explica que um tique é um movimento ou uma emissão de som que pode ser confundido com manias, hábitos ou comportamentos compulsivos: “Os tiques que caracterizam a Tourette são involuntários e, apesar de conseguirem controlar por um momento, as pessoas têm vontade de fazê-los”, explica o professor. Na maioria das vezes, o tique é idiopático, ou seja, não tem uma causa conhecida, mas a maioria é provavelmente hereditária.
O tratamento da síndrome de Tourette não cura o paciente, o que se faz é o controle dos sintomas, que vão ser diferentes para cada um. A apresentação clínica, ou seja, como os tiques se manifestam, é variada, e isso é importante porque conduz a decisão de se tratar ou não. Tumas explica que, se é um tique sutil, que não causa grandes problemas à vida do paciente, ele não requer tratamento, “mas, se é um tique que causa constrangimento, como de uma paciente que eu tive, que gritava muito, de forma ensurdecedora, esse tipo requer um tratamento”, completa o professor.
Para saber mais, ouça na íntegra o podcast Saúde sem Complicações no player acima.