O Revoredo dessa semana apresenta a viola machete. O instrumento é uma variante de menor dimensão da viola de dez cordas, utilizada no samba de roda ou samba rural do Recôncavo Baiano.
Almir Côrtes, músico de cordas dedilhadas e professor do Instituto Villa-Lobos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), fala sobre a viola machete, “um instrumento que vem, tudo indica, da Ilha da Madeira, chega junto com os portugueses no Recôncavo Baiano”. O músico, que vem do Recôncavo Baiano, da cidade de Santo Antônio de Jesus, diz que, na região, a viola machete “foi lindamente ressignificada pelas mãos dos afrodescendentes que, em meio a tanta dor, luta e trabalho duro e forçado, ainda nos brindaram com essa herança tão linda dos sambas de roda”.
Júlio Caldas, multi-instrumentista e pesquisador dos instrumentos de corda populares, diz que a viola machete é tradicional do samba-chula, gênero tradicional do Recôncavo Baiano, “um gênero que foi tombado como patrimônio imaterial da humanidade no início do século 21”. Segundo o músico, “a viola funciona fazendo pequenos ostinatos, que são pequenas melodias que se repetem ciclicamente. Geralmente, os acordes são os acordes de tônica e dominante”, o que proporciona várias combinações.
Neste episódio, o podcast apresenta as músicas: Quero água de beber; Viola meu bem; Marinheiro só; quem matou meu sabiá?; Quando dou minha risada; Tava na beira do rio; Língua de preto; Andaluz; No Pantanal; Couraça; Valsa nº 1; Arame farpado; Alegre; Chula, chulada e Prelúdio BWV 1007.
Ficha Técnica: Produção e apresentação: Maestro José Gustavo Julião de Camargo Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão Preto