Revoredo #27: As obras de Makely Ka e do Grupo Viola Aberta

Makely Ka vai do despojamento da poesia marginal ao rigor formal da poesia concreta; o Grupo Viola Aberta propaga a música instrumental caipira pelo interior paulista

 17/03/2022 - Publicado há 2 anos
Revoredo - USP
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Revoredo #27: As obras de Makely Ka e do Grupo Viola Aberta
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Revoredo desta semana apresenta a obra Rio Aberto do músico Makely Ka e também a obra Cajueiro do Grupo Viola Aberta. Makely Ka incorpora um componente crítico e reflexivo em sua produção artística e o Viola Aberta, com sua música instrumental autoral, é formado por Cássio Fonseca, Bruno Cardoso e Tavinho. 

Makely Ka, nascido em Valença do Piauí, em 1975, é um poeta, cantor, instrumentista, produtor cultural e compositor brasileiro. O artista atua em diversas áreas, como a música, a poesia e o vídeo, incorporando à sua produção artística um componente crítico e reflexivo. Com poética musical própria, Makely mistura elementos da trova e do aboio de herança ibérica às novas linguagens sonoras urbanas, como o rap, indo do despojamento da poesia marginal ao rigor formal da poesia concreta.

O álbum Rio Aberto é o quinto disco de Makely Ka, o primeiro instrumental, no qual o músico toca violas de 10 cordas, viola dinâmica e craviola. A obra é composta por músicas inspiradas em rios, córregos e veredas de Minas, Goiás e Bahia, região do Grande Sertão. Contém também músicas sobre o Vaza Barris, dos sertões de Canudos, o Doce e o Paraopebas, devastados pelas barragens rompidas da mineração, e mais uma versão da música Encontro das Águas, do Tavinho Moura. 

O grupo paulista de música instrumental paulista Viola Aberta é de Jardinópolis e tem a viola caipira como condutora da melodia nos arranjos de percussão, baixo e violão. Trata-se de um projeto autoral que visa a propagação da música instrumental do gênero caipira. Os músicos contam histórias de como as peças foram criadas em meio ao campo, usando sempre a temática bucólica como enredo. 

Na obra Cajueiro, Cássio Fonseca, Bruno Cardoso e Tavinho misturam urutau com Cajon, viola com baixo, violão com chuva, resultando em um trabalho instrumental autoral totalmente experimental. 

Neste episódio do podcast são apresentadas as músicas: Batistério; Paracatu; Urucuia; Jequitaí; Paraopeba; Carinhanha; Rio do Sono; Das Velhas; Verde Grande; Pardo; Doce; Vaza Barris; Encontro das Águas; Cajueiro; Córgo Preto; Mano Chico e Para Pedro.

Ficha Técnica: Produção e apresentação: Maestro José Gustavo Julião de Camargo Coprodução e edição: Rádio USP Ribeirão Preto

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