Quando a questão é produção audiovisual brasileira, negros têm pouca participação

Segundo uma pesquisa desenvolvida na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, ainda há pouco espaço para profissionais pretos e suas produções no audiovisual brasileiro

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 25/05/2023 - Publicado há 11 meses
Novos Cientistas - USP
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Quando a questão é produção audiovisual brasileira, negros têm pouca participação
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No podcast Os Novos Cientistas desta quinta-feira (25), a conversa foi com o cineasta Renato Candido de Lima. Ele é autor de uma tese de doutorado em que analisa o pouco espaço que é concedido a profissionais negros e suas produções no audiovisual brasileiro. A pesquisa Ações afirmativas no audiovisual brasileiro: Estudo sobre a negritude dentro das políticas públicas audiovisuais brasileiras e as questões que envolvem ações afirmativas para produção audiovisual negra no Brasil foi apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais e teve a orientação do professor Almir Antonio Rosa (Almir Almas).

“Muitos desses realizadores dependem de políticas públicas para que seus trabalhos sejam viabilizados, cheguem ao público e conquistem notoriedade. Esse caminho, no entanto, é cheio de impedimentos”, comentou o pesquisador. Pois é justamente desses impedimentos que trata a pesquisa, segundo Renato Lima. Depois de várias tentativas sem sucesso para conseguir viabilizar suas produções por editais, o pesquisador começou a perceber como o racismo estrutural atingia a negritude no audiovisual.

Em seu estudo, o cineasta analisou como se deu a distribuição de recursos para cineastas brancos e negros a partir da Lei do Audiovisual de 1993. No final de sua tese, ele apresenta uma lista de propostas que agem contra o racismo no audiovisual.
Em sua pesquisa, ele destaca nomes de alguns cineastas negros presentes em diferentes momentos do audiovisual no País. Nos anos 1940 e 1950, cita José Rodrigues Cajado Filho. Anos mais tarde, no contexto da Embrafilme, surgem Adélia Sampaio, Afrânio Vital, Agenor Alves, Antônio Pitanga, Ari Cândido Fernandes, Paulo Veríssimo, Odilon Lopez, Valdir Onofre e Zózimo Bulbul.

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