Produção imobiliária transforma o espaço e verticaliza a periferia de São Paulo

Estudo de mestrado apresentado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) analisa o avanço da produção imobiliária no bairro de Itaquera, na zona leste da cidade, e suas consequências

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 20/10/2022 - Publicado há 2 anos
Novos Cientistas - USP
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Produção imobiliária transforma o espaço e verticaliza a periferia de São Paulo
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A partir de análise documental obtida em jornais, sites oficiais de empresas e periódicos especializados, além de revisões bibliográficas, a arquiteta e urbanista Isadora Borges de Oliveira realizou seu estudo de mestrado intitulado O avanço da produção imobiliária sobre a “periferia” da metrópole: o “segmento econômico” e as transformações na produção do espaço em Itaquera, São Paulo. A pesquisa foi realizada sob a orientação da professora Beatriz Rufino e apresentada na Faculdade  de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP.

Isadora foi a entrevistada desta quinta-feira (20) no podcast Os Novos Cientistas e deu mais detalhes sobre a pesquisa. Além da análise de documentos e revisões bibliográficas, Isadora contou que consultou dados sistematizados pela Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp). “Houve também visitas em campo e entrevistas com agentes privados, que realizam a produção de condomínios, e com agentes públicos para compreender  como a legislação urbana está articulada a essas transformações”, explicou.

Segundo a pesquisadora, o bairro de Itaquera, localizado na zona leste da cidade de São Paulo, apresenta um processo histórico de urbanização que muito se assemelha ao que os estudos urbanos dos anos 1970 e 1980 qualificaram como periferia. “Naquela época, o conceito de periferia não dizia respeito apenas a uma condição geográfica de denominar territórios distantes do centro da cidade, mas sim uma noção sociológica. Os territórios da periferia eram compreendidos como espaços que abrigavam loteamentos populares, principalmente a partir dos anos 1940”, descreveu a arquiteta. Já nos anos 1980, esses territórios periféricos passaram a receber uma intensa produção habitacional estatal, como a Cohab e a CDHU. A arquiteta pesquisou os novos condomínios que têm sido produzidos por grandes construtoras nacionais.

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