Pílula Farmacêutica #84: Antiemético inibe ativação do centro do vômito no cérebro

Essa região do cérebro desencadeia como resposta um processo físico com a contração do diafragma, o aumento da pressão abdominal e a contração dos músculos abdominais e, depois, a contração do estômago, fazendo com que o conteúdo estomacal retorne pela boca

 31/08/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
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Pílula Farmacêutica #84: Antiemético inibe ativação do centro do vômito no cérebro
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Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre o mecanismo de ação dos remédios antieméticos, aqueles utilizados para tratar náuseas e vômitos.

Antiemético: o que é e para que serve

Segundo Kimberly, antieméticos são uma classe de medicamentos utilizada para tratar sintomas bastante comuns a diversas situações, como náuseas e vômitos. Emese ou vômito, diz, são reflexos do organismo para expulsar o conteúdo gástrico, através de “um movimento antiperistáltico no trato gastrointestinal, principalmente na região do estômago”.

Essa ação, continua a acadêmica, é regulada por uma região do sistema nervoso central chamada “centro do vômito”, que é ativada por outra região, a “quimiorreceptora de gatilho” que, por sua vez, recebe estímulos externos, como a “quimioterapia, as intoxicações e outras sensações desagradáveis”.

Ao ser ativada, essa região do cérebro desencadeia como resposta um processo físico com a contração do diafragma, o aumento da pressão abdominal e a contração dos músculos abdominais e, depois, a contração do estômago, fazendo com que o conteúdo estomacal retorne pela boca.

Para evitar esse efeito, os antieméticos devem ser capazes de inibir a ativação dessas regiões no cérebro. Como exemplo, Kimberly cita “os antagonistas dos receptores de histamina H1 que inibem a zona quimiorreceptora do gatilho”. Sem os neurotransmissores e receptores dessa região, o centro do vômito não é ativado e não dispara o processo de vômito.

Efeitos colaterais do antiemético

Como todo medicamento, os antieméticos também podem apresentar alguns efeitos adversos. Segundo Kimberly, os principais são sonolência; espasmos dos músculos da cabeça, pescoço, dorso e das extremidades; dor de cabeça e desconfortos abdominais.

A acadêmica alerta que, mesmo sendo um remédio usado muito frequentemente no dia a dia, pode trazer riscos para a saúde em caso de exageros ou uso incorreto, principalmente por gestantes. Assim, “é sempre importante consultar um profissional da saúde antes de utilizar o fármaco”, adverte.


Pílula Farmacêutica
 
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Coordenação: Rosemeire Talamone
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
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