Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre o mecanismo de ação dos remédios antieméticos, aqueles utilizados para tratar náuseas e vômitos.
Antiemético: o que é e para que serve
Segundo Kimberly, antieméticos são uma classe de medicamentos utilizada para tratar sintomas bastante comuns a diversas situações, como náuseas e vômitos. Emese ou vômito, diz, são reflexos do organismo para expulsar o conteúdo gástrico, através de “um movimento antiperistáltico no trato gastrointestinal, principalmente na região do estômago”.
Essa ação, continua a acadêmica, é regulada por uma região do sistema nervoso central chamada “centro do vômito”, que é ativada por outra região, a “quimiorreceptora de gatilho” que, por sua vez, recebe estímulos externos, como a “quimioterapia, as intoxicações e outras sensações desagradáveis”.
Ao ser ativada, essa região do cérebro desencadeia como resposta um processo físico com a contração do diafragma, o aumento da pressão abdominal e a contração dos músculos abdominais e, depois, a contração do estômago, fazendo com que o conteúdo estomacal retorne pela boca.
Para evitar esse efeito, os antieméticos devem ser capazes de inibir a ativação dessas regiões no cérebro. Como exemplo, Kimberly cita “os antagonistas dos receptores de histamina H1 que inibem a zona quimiorreceptora do gatilho”. Sem os neurotransmissores e receptores dessa região, o centro do vômito não é ativado e não dispara o processo de vômito.
Efeitos colaterais do antiemético
Como todo medicamento, os antieméticos também podem apresentar alguns efeitos adversos. Segundo Kimberly, os principais são sonolência; espasmos dos músculos da cabeça, pescoço, dorso e das extremidades; dor de cabeça e desconfortos abdominais.
A acadêmica alerta que, mesmo sendo um remédio usado muito frequentemente no dia a dia, pode trazer riscos para a saúde em caso de exageros ou uso incorreto, principalmente por gestantes. Assim, “é sempre importante consultar um profissional da saúde antes de utilizar o fármaco”, adverte.
Coordenação: Rosemeire Talamone