Pílula Farmacêutica #83: Falta de iodo pode afetar atividade hormonal com distúrbios da tireoide

Entre as doenças mais comuns estão o hipo e o hipertireoidismo; este último atinge até 5% da população feminina mundial

 24/08/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica - USP
Pílula Farmacêutica #83: Falta de iodo pode afetar atividade hormonal com distúrbios da tireoide
/

Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Giovanna Bingre, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, fala sobre as medicações usadas no tratamento das doenças da tireoide, glândula localizada na área do pescoço com funções de regular os principais órgãos do corpo humano, como coração, rins, fígado e o cérebro.

Para a tarefa de regulação, a tireoide conta com a produção dos hormônios triiodotironina e a tiroxina, que possuem, em suas estruturas, o iodo, substância química que não pode faltar ao organismo pois pode colocar em grave risco a vida de gestantes e bebês. Motivo pelo qual o Brasil realiza a suplementação de iodo através do sal de cozinha, seguindo recomendação da Organização Mundial da Saúde.

Entre os distúrbios da tireoide, os mais comuns são o hipotireoidismo e o hipertireoidismo; este último atinge até 5% da população feminina mundial.

Quais são os remédios para o hipertireoidismo?

São várias as opções de medicamentos disponíveis para o hipertireoidismo, conta Giovanna, afirmando que podem ser usados corticoides, soluções de iodo, betabloqueadores e tionamidas. 

Os betabloqueadores, segundo a acadêmica, diminuem os sintomas, como  os tremores e taquicardia, mas podem afetar a função sexual, causar broncoconstrição (diminuir quantidade de ar para os pulmões) e desregular o sono.

Já as tionamidas agem inibindo a enzima tireoperoxidase. Responsável pela oxidação do iodo, sem essa enzima “não se conclui a síntese dos hormônios da tireoide, evitando o seu excesso”, diz Giovanna. Como efeitos colaterais, as tionamidas podem causar erupções na pele, queda de cabelo e dor nas juntas.

Como tratar o hipotireoidismo?

O hormônio sintético levotiroxina, que tem a mesma estrutura química da tiroxina produzida pela tireoide, é o medicamento mais comum no tratamento do hipotireodismo. No organismo, explica a acadêmica, a levotiroxina simula a ação dos dois hormônios tireoidianos, compensando suas faltas.

Informa Giovanna que o medicamento levotiroxina é encontrado na forma de comprimidos, cápsulas e solução oral que deve ser tomado pela manhã em jejum, aproximadamente uma hora antes das refeições, pois a droga é muito sensível aos componentes presentes em alimentos. Também pode não ser absorvida na presença de algumas bactérias do estômago e de outros problemas gástricos.

Como muitos fatores podem atrapalhar o tratamento, Giovanna recomenda que sejam obedecidas todas as recomendações e ajustes médicos. Já quanto aos efeitos colaterais, a acadêmica diz que os mais comuns são taquicardia e angina.


Pílula Farmacêutica
 
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Coordenação: Rosemeire Talamone
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
Veja todos os episódios de Pílula Farmacêutica .

Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.