Pílula Farmacêutica #81: Medicações psicotrópicas aumentam risco de quedas

Remédios de ação no sistema nervoso central, como antidepressivos e ansiolíticos, são classificados como de nível três para risco de queda

 10/08/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
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Pílula Farmacêutica #81: Medicações psicotrópicas aumentam risco de quedas
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Esta edição do Pílula Farmacêutica faz um alerta sobre o risco de queda a que estão expostas as pessoas que usam medicamentos psicotrópicos. Segundo informa a acadêmica Giovanna Bingre, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, trata-se de um efeito colateral dessas drogas que pode afetar o equilíbrio e a marcha.

São antidepressivos, ansiolíticos, sedativos e anticonvulsivantes, remédios que agem no cérebro, muito usados atualmente; quase 5% da população mundial utiliza algum antidepressivo e outros cerca de 10% sofrem com transtornos de ansiedade. A maioria é de mulheres que, segundo especialistas, percebem mais facilmente os sintomas mentais e recebem mais atenção médica. 

Psicotrópicos e risco de queda

Giovanna conta que a Medication Fall Risk Score, escala internacional de classificação de risco de queda provocada por medicamentos, classifica os psicotrópicos com o grau três, maior e mais grave nível. A explicação é a de que são remédios de ação no cérebro e sistema nervoso central que podem provocar efeitos adversos como: tontura, sedação, distúrbios da postura, alterações da marcha e do equilíbrio e, portanto, que facilitam as quedas.

A acadêmica conta que os psicotrópicos atuam em neurotransmissores cerebrais, moléculas que agem em receptores celulares e transmitem sinais. Os medicamentos como os ansiolíticos, por exemplo, são capazes de diminuir a excitação dessas células, diminuindo “a ansiedade, mas também outras atividades, como a coordenação motora, a capacidade de se manter acordado, o equilíbrio e a memória”.

Pessoas que fazem tratamento com psicotrópicos, afirma Giovanna, podem cair e nem se lembrar, o que é perigoso, pois “além de cair e se machucar, podem ficar por um tempo indeterminado machucadas e inconscientes”. Esses episódios são mais comuns no meio da noite e em pacientes idosos ou hospitalizados.

Quais medidas podem prevenir esses efeitos?

Os efeitos que causam a queda se assemelham aos de quem consome muito álcool. Assim, “é perigoso dirigir carro, moto, exercer funções no trabalho com maquinário pesado ou aparelhos perfurocortantes”, avisa a acadêmica. O usuário então precisa ser bem orientado pelo médico que prescreveu e pelo farmacêutico que dispensou o remédio para que possa se adaptar e conversar com seus amigos e familiares sobre maneiras de minimizar os riscos.


Pílula Farmacêutica
 
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Coordenação: Rosemeire Talamone
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
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