Pílula Farmacêutica #76: Toxina em produtos agrícolas pode atrapalhar dieta saudável

Alimentos naturais de boa procedência garantem segurança de grãos, como os amendoins, os preferidos por fungos que produzem a aflatoxina

 06/07/2021 - Publicado há 3 anos
Pílula Farmacêutica - USP
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Pílula Farmacêutica #76: Toxina em produtos agrícolas pode atrapalhar dieta saudável
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Entre as principais dicas nutricionais para manter a saúde, está o consumo de alimentos naturais, evitando os industrializados. Mas esta edição do Pílula Farmacêutica traz um alerta para melhor selecionar esses alimentos, principalmente as castanhas, grãos e cereais. E a causa desse cuidado, avisa a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, é a aflatoxina.

O que são aflatoxinas e como afetam o organismo?

Aflatoxina é uma substância tóxica (também chamada de micotoxina) produzida por determinadas espécies de fungos que atacam, principalmente, culturas agrícolas. Segundo Kimberly, alimentos como amendoim, arroz, sementes, castanhas, milho, trigo e outros grãos estão sujeitos ao ataque de fungos e da aflatoxina. Alguns animais, que se alimentam desses grãos, também podem se contaminar, assim “é possível que ovos, derivados do leite e carnes também sejam contaminados”, adianta a acadêmica.

Existem vários tipos de aflatoxinas (B1, B2, G1, G2, M1 e M2) e todas apresentam grande risco para a saúde quando ingerimos alimentos contaminados, podendo causar problemas imunológicos, malformação congênita e, como atinge principalmente o fígado, pode causar febre, mal-estar, dor abdominal, vômitos e até hepatite, ou, em casos crônicos, câncer hepático.

Como prevenir o consumo das aflatoxinas?

As autoridades sanitárias da maior parte do mundo adotam medidas de segurança que limitam a quantidade dessas toxinas em produtos do consumo humano. O problema é que a aflatoxina não é destruída, por exemplo, pelo cozimento do alimento.

Assim, para garantir a segurança alimentar contra essas toxinas, a indústria de alimentos deve usar todos os métodos possíveis para eliminá-las, garantindo que o produto se encaixe no limite de tolerância aceitável. E o consumidor, como recomenda a Organização Mundial da Saúde, deve ficar atento ao produto que adquire. Segundo Kimberly, os grãos devem estar inteiros, sem descoloração ou aspecto enrugado de bolor ou mofo e, ainda, livre de espécie de pó com cor amarelo-esverdeado. O ideal, garante, é comprar alimentos frescos, de marcas respeitáveis e com selo de controle de qualidade. Aconselha-se ainda armazenar alimentos em ambientes secos e que sejam consumidos o mais rápido possível.

Kimberly chama a atenção para o amendoim, que é um dos preferidos pelos fungos. É que o produto pode demorar para secar e, mesmo depois de seco, precisa ser bem armazenado para “não voltar a ficar úmido e dar condições para que o fungo cresça e seja contaminado com aflatoxina”.


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