De uso relativamente recente na medicina, os anticorpos monoclonais vêm oferecendo benefícios e progressos em terapias de diversas doenças. Esses remédios possuem anticorpos específicos para o combate de doenças autoimunes e cânceres, por exemplo.
Conta a acadêmica Kimberly Fuzel, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, nesta edição do Pílula Farmacêutica, que os anticorpos monoclonais são proteínas criadas em laboratório que executam funções como os próprios anticorpos fabricados pelo nosso sistema imunológico. Desta forma, uma vez dentro do organismo, essa proteína circula até encontrar um antígeno que deverá combater.
Para o tratamento de um câncer, exemplifica Kimberly, “um medicamento monoclonal clássico é usado para que o anticorpo possa produzir uma reação de defesa para destruir as células tumorais e impedir o avanço da doença”. A acadêmica destaca que esses anticorpos são específicos para atacar o alvo a que se destinam e, além dos tumores, são usados para tratar lúpus, artrite reumatoide, esclerose múltipla, leucemia e linfomas. Informa ainda que estudos recentes mostraram benefícios para tratar Alzheimer e até mesmo para a covid-19.
Existem vários tipos de anticorpos monoclonais sendo utilizados. A acadêmica cita os anticorpos monoclonais recombinantes, que atuam sozinhos, sem necessidade de outro medicamento. Eles agem estimulando a resposta imune do paciente contra as células tumorais, às quais se ligam, servindo de marcador. Podem ainda atacar o sistema imunológico para aumentar a resposta ou bloquear a ação dos antígenos nas células do tumor. Outro tipo são os conjugados, usados simultaneamente com a quimioterapia ou com a radioterapia, e também os biespecíficos, que podem se ligar a dois antígenos diferentes ao mesmo tempo.
Além do progresso nas terapias de doenças graves, Kimberly afirma que os anticorpos monoclonais apresentam menos efeitos adversos que medicamentos quimioterápicos. E que, quando ocorrem, são mais leves.