Pílula Farmacêutica #38: Insônia desequilibra saúde física e mental, mas tem tratamento

Casos comuns são controlados com rotinas simples, como deitar e levantar no mesmo horário e evitar celular e televisão antes de dormir. A insônia crônica precisa de avaliação e acompanhamento médico

 17/08/2020 - Publicado há 4 anos
Pílula Farmacêutica - USP
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Pílula Farmacêutica #38: Insônia desequilibra saúde física e mental, mas tem tratamento
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Dormir mal ou não conseguir manter o sono pelo tempo necessário pode trazer sérias consequências para a saúde física e mental. Assim é a insônia, distúrbio que afeta 73 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira do Sono, que estima ainda que cerca 40% da população pode sofrer com o problema em algum momento da vida.

Como já se sabe que o brasileiro dorme mal – apenas seis horas e meia por noite, contra as oito horas indicadas, esta edição do Pílula Farmacêutica traz informações para ajudar a compreender as causas e a tratar a insônia. Conta a acadêmica Giovanna Bingre, orientanda da professora Regina Andrade, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, que quem sofre com a doença sente muito sono durante o dia, acompanhado de mau humor, dificuldade de aprender e lembrar coisas novas, além de problemas para raciocinar e manter uma linha de pensamento.

Ronco e apneia do sono estão entre as condições que podem explicar a insônia. O ronco é provocado por obstrução de passagem de ar, exigindo esforço da musculatura respiratória, o que piora o sono e “pode com o tempo causar hipertensão e problemas de coagulação sanguínea”. Na apneia, o indivíduo para de respirar por 20 segundos várias vezes durante o sono; o problema afeta mais homens e pessoas com obesidade. A síndrome das pernas inquietas também pode atrapalhar a qualidade do sono.

É fácil perceber que o sono de má qualidade prejudica a saúde física e mental. Afeta o sistema imunológico que perde a capacidade de defender o organismo; o sistema endócrino, liberando hormônios de estresse, como o cortisol e a adrenalina, e ainda o cérebro, prejudicando raciocínio e memória.

A boa notícia, adianta Giovanna, é que a insônia pode ser evitada e tem tratamento. Exercícios físicos, como corridas e caminhadas, quando realizados pela manhã e à tarde, são bons aliados de uma noite de sono. Evitar fumo, álcool, cafeína, refeições pesadas à noite, uso de celular e assistir televisão antes de dormir também amenizam o problema. Além desses cuidados, a acadêmica lembra que manter uma rotina de horários para se deitar e levantar é um bom hábito para “garantir um descanso de qualidade”.

Dormir mal por pelo menos 20 noites em um mês indica insônia crônica. Nesse caso, Giovanna alerta que um médico deve ser consultado para identificar as causas do distúrbio. Segundo a acadêmica, a insônia pode ser um sinal de outro problema mais grave. Se for identificada ansiedade, depressão e alto nível de estresse, a recomendação é procurar um psiquiatra ou psicólogo para avaliação e tratamento.

Ouça este episódio do Pílula Farmacêutica na íntegra no player acima.


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