Nesta edição do Pílula Farmacêutica, a acadêmica Amanda Pereira de Araujo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, apresenta um pouco do mundo dos retinoides, compostos derivados da vitamina A que revolucionaram o tratamento de diversas condições dermatológicas.
“São responsáveis pela renovação celular e usados para afinar a textura da pele, trazendo uma aparência mais jovem para as pessoas que os usam”, afirma a acadêmica sobre os retinoides, citando o Roacutan como exemplo de medicamento que possui como princípio ativo a isotretinoína, um retinoide aplicado no tratamento da acne cística e nodular.
Segundo Amanda, os retinoides são classificados como adapaleno, isotretinoína, tazaroteno e tretinoína, que atuam diretamente na pele e apresentam uma absorção sistêmica insignificante. “Não causam lesões em fetos, apesar de serem contraindicados para mulheres grávidas.” Quando administrados por via oral, a absorção sistêmica também é segura, como a isotretinoína usada em casos severos de acnes. Em todos os casos, o acompanhando médico é imprescindível, alerta.
De toda a forma, a acadêmica lembra que produtos com retinol, um derivado do ácido retinoico, são usados em fórmulas dermocosméticas e vendidos até sem prescrição médica. Porém, a classe dos retinoides é ampla e inclui compostos mais potentes, usados para tratar condições mais severas. Assim, além de rejuvenescer a pele, os retinoides também auxiliam no tratamento de queratoses actínicas (crescimento anormal de células) e até na prevenção de câncer de pele do tipo não melanoma.
Entre os efeitos colaterais estão eritema (vermelhidão), queimação e irritação, que costumam aparecer na primeira semana de uso e diminuir com o tempo. “No entanto, concentrações mais altas desses efeitos colaterais podem ser considerados efeitos adversos”, informa Amanda.
Coordenação: Rosemeire Talamone