Pílula Farmacêutica #107: Suplementação inadequada de melatonina pode causar dores de cabeça, tonturas e irritabilidade

Produzido naturalmente pelo organismo, o hormônio cumpre diversas funções, além do sono, exigindo orientação médica para o uso do sintético

 27/06/2022 - Publicado há 2 anos
Jornal da USP no ar: Medicina
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Pílula Farmacêutica #107: Suplementação inadequada de melatonina pode causar dores de cabeça, tonturas e irritabilidade
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A melatonina, o hormônio do sono, se suplementada inadequadamente pode causar dores de cabeça, sonolência durante o dia, tonturas, náuseas, dor abdominal e até irritabilidade. É o que explica a acadêmica Kimberly Fuzel, orientada pela professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP Regina Andrade, no Pílula Farmacêutica desta semana. 

Kimberly conta que o hormônio melatonina é produzido naturalmente pelo corpo e tem, entre outras, a função de regular o ciclo circadiano, estimulando o sono no fim do dia. Além disso, a melatonina também faz a reparação das células que são expostas constantemente a estresse, poluição e outros fatores nocivos, sendo considerada um importante antioxidante.

Informa a acadêmica que a molécula sintética de melatonina é idêntica à versão natural e pode ser utilizada para corrigir irregularidades no sono, seja para quando a pessoa acorda muito durante a noite ou quando demora para dormir, e também pelos idosos com problemas de sono, já que a produção de melatonina diminui com a idade.

Mas, alerta Kimberly, seja qual for a forma do suplemento – comprimidos, cápsulas, gotas, spray nasal ou gomas, o uso da melatonina deve ser orientado por um médico, por se tratar de um hormônio que interage com outros fatores no organismo. “É fundamental consultar um profissional da saúde para saber se realmente existe a necessidade dela, e qual seria a melhor dosagem a ser utilizada”, afirma.

Para a produção natural de melatonina, a acadêmica alerta para evitar muita luz à noite, principalmente a luz azul emitida pela tela de qualquer equipamento eletrônico, lembrando que já existem programas que filtram essa luz em celulares e computadores, e, além disso, evitar fazer refeições muito pesadas próximo do horário de dormir, o que também atrapalha a produção interna de melatonina. Quanto à alimentação, Kimberly indica o consumo de alimentos ricos em triptofano (aminoácido que entra na produção da melatonina), como banana e leite.

De acordo com a acadêmica, o hormônio é contraindicado para gestantes e lactantes, pessoas com hipersensibilidade a algum componente do fármaco, pacientes com insuficiência renal ou hepática, menores de 18 anos, pessoas com doenças autoimunes e trabalhadores que precisam operar maquinário pesado ou dirigir veículos horas após o uso.


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