Pílula Farmacêutica #105: Como é feita a análise do medicamento antes de chegar ao mercado?

Eficácia, efetividade e eficiência determinam se o medicamento traz benefícios ao paciente levando em consideração os efeitos colaterais e o preço do fármaco

 30/05/2022 - Publicado há 2 anos
Jornal da USP no ar: Medicina
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Pílula Farmacêutica #105: Como é feita a análise do medicamento antes de chegar ao mercado?
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A acadêmica Kimberly Fuzel, orientada pela professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP Regina Andrade, explica nesta edição do Pílula Farmacêutica os conceitos de eficácia, efetividade e eficiência, princípios analisados durante as etapas de investigação científica sobre um novo fármaco.

Para que um medicamento seja disponibilizado no mercado, e utilizado pelo público, ele deve apresentar benefícios. A análise desse “fazer o que deve ser feito” é denominada eficácia. A acadêmica ensina que na produção dos fármacos são listados alguns efeitos ideais e desejados que, na dose recomendada, durante as pesquisas clínicas, devem ser alcançados. “A eficácia consiste em utilizar todos os recursos disponíveis para obter exatamente os resultados esperados.”

Kimberly conta que diferentemente da eficácia, a eficiência analisa os benefícios do medicamento sopesando os efeitos colaterais. “É na efetividade que o medicamento é realmente colocado à prova com um conjunto diverso de pessoas em suas condições reais como um todo, porque muitas vezes um medicamento que é eficaz nos ensaios clínicos não é tão efetivo assim na utilização real, já que nos ensaios clínicos controlados os pacientes envolvidos são rigorosamente selecionados” explica. 

O terceiro conceito abordado no podcast é a eficiência. A acadêmica pontua que esse termo se refere ao custo-benefício do medicamento. “Uma eficiência positiva indica que determinado procedimento, além de efetivo, é também economicamente vantajoso.”

Além disso, Kimberly também diz que neste mesmo conceito é analisado o custo-efetividade, que se refere a se o valor cobrado pelo medicamento é compatível com os benefícios que o fármaco traz para o paciente/sociedade em comparação a outros. “Por exemplo, uma vacina mais barata que exige duas aplicações, comparada a uma com o preço superior, que necessita de somente uma aplicação, pode acabar se tornando ainda mais cara por exigir o custo de mais de uma aplicação, por isso deve-se considerar essa relação de custo-efetividade para decidir qual medicamento é mais eficiente” exemplifica a acadêmica.


Pílula Farmacêutica
 
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Coordenação: Rosemeire Talamone
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
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