Uma pesquisa realizada na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP teve como objetivo fazer uma análise comparativa entre manifestações de notícias ficcionais na imprensa alternativa e em sites e redes sociais. O autor da tese de doutorado intitulada Da imprensa alternativa às redes sociais: uma análise comparativa entre notícias ficcionais no Pasquim e no Sensacionalista, o jornalista José Ismar Petrola Jorge Filho, foi o convidado desta quinta-feira (24) do podcast Os Novos Cientistas.
Para realizar seu estudo, Petrola selecionou 50 exemplares do jornal O Pasquim, publicados entre 1970 e 1979, e a produção do site O Sensacionalista, entre 2018 e 2019. “Dentre outras coisas, o que pude observar é que O Pasquim faz uso de notícias ficcionais como paródia do jornalismo, criticando a ditadura militar, a censura e a grande imprensa, enquanto que no Sensacionalista predomina a paródia como infoentretenimento”, descreveu o pesquisador.
De acordo com Petrola, o diálogo entre o jornalismo da grande imprensa com diversas manifestações de jornalismo alternativo sempre existiu. “Existiu tanto em relação à imprensa alternativa de resistência à ditadura militar quanto existe atualmente, com sites, blogs e redes sociais que, muitas vezes, misturam jornalismo, ativismo e entretenimento”, explicou o jornalista. Ele também constatou que, embora nos dois casos haja elementos ficcionais nos textos analisados, estes não constituem notícias fraudulentas ou fake news, mas manifestações de humor no jornalismo.
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