A historiadora Tais Pagoto Bélo foi a entrevistada desta quinta-feira (10) no podcast Os Novos Cientistas. A pesquisadora explicou o seu atual estudo de pós-doutorado que vem sendo realizado no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP. Em sua pesquisa, Taís visa expor a imagem pública de algumas mulheres do final da República e início do Império Romano, por meio de exemplares de moedas que datam do período do Principado, que se estabeleceu com Augusto (27 a.C.), até a morte de Nero (68 d.C.).
“As mulheres dessa época eram restritas à vida privada e doméstica”, contou Taís. Segundo ela, a conquista das mulheres em terem seus nomes lembrados, através de estátuas, placas e moedas, era algo recente no final da República e início do Império, tendo sido estabelecida através do Patronato. “A lembrança da pessoa, dessa forma, era importante e poderia repercutir por gerações na família”, observou. Para Taís, as moedas com representações das mulheres imperiais possibilitam não somente reconstruir cronologicamente a existência delas na história, mas também revelam que elas eram ativas na vida pública.
Taís está em seu terceiro pós-doutorado, com o tema relacionado à “Força das Mulheres Imperiais através das moedas,” que vem sendo desenvolvido no MAE sob a orientação do professor Vagner C. Porto. A historiadora também integra o grupo Messalinas, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP além de outros como o Insulae (Grupo de Estudos da Britânia, Irlanda e Arquipélago Norte, na Antiguidade e Medievo) coordenado pelas professoras Isabela Albuquerque (UPE) e Elaine P. Farrell (Trinity College Dublin), e o Numismática Antiga, que tem a coordenação da professora Cristina Kormikiari (MAE/USP). Taís também é membro do Laboratório de Arqueologia Romana Provincial (LARP/MAE/USP).
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