Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, mais conhecido como Belchior (1946 – 2017), foi cantor, compositor, poeta, produtor musical e artista plástico. Ele fazia parte do grupo chamado “Pessoal do Ceará”, que incluía outros artistas como Fagner, Amelinha e Ednardo. Belchior foi um dos primeiros artistas de MPB do nordeste brasileiro a alcançar sucesso na década de 1970.
Seu álbum Alucinação (1976), produzido por Marco Mazzola, é considerado um dos mais importantes da história da MPB e um dos mais importantes para a música brasileira. Ele consolidou sua carreira com os clássicos Apenas Um Rapaz Latino Americano e Sujeito de Sorte, e as suas composições Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida, lançadas em interpretação de Elis Regina, em 1975 (com informações da Wikipédia).
O primeiro sucesso de composição de Belchior foi a música Na Hora do Almoço. Em 1971, ela venceu o 4º Festival Universitário da MPB nas vozes de Jorginho Telles e Jorge Nery. A canção foi gravada pelo próprio compositor e lançada oficialmente em seu primeiro disco, intitulado Belchior, em 1973.
A letra dessa música é uma espécie de crônica que ilustra a cena de uma família que, apesar de almoçar junta, está separada por segredos e desentendimentos.
Curiosidade: Belchior foi programador de rádio em Sobral, cidade onde nasceu.
“O compositor pôs na mesa o silêncio ensurdecedor que anestesiava as relações familiares, num reflexo do medo que imobilizava a sociedade.” Mauro Ferreira sobre Na Hora do Almoço, de Belchior, em artigo crítico.
É interessante notar como a música pode expressar sentimentos e reflexões sobre a realidade familiar. Ao som de Na Hora do Almoço, Liz Moura, estudante de Letras com Habilitação em Linguística, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Ela destacou a tristeza do filho retratada na letra da canção, mas também a conclusão que podemos tirar ao final da melodia.
“E eu inda sou bem moço pra tanta tristeza
Deixemos de coisas, cuidemos da vida
Senão chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço sem ter visto a vida”
Letra de Na Hora do Almoço, 1973.
Ouça o podcast no link acima
O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais . Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que Estudantes Ouvem , transmitido nos dias 31 de julho e 1 de agosto de 2024.
Se você deseja se juntar a nós nessa jornada musical, basta enviar um áudio compartilhando as melodias que embalaram seus dias e também as próprias interpretações sobre a interseção entre música e cinema. Estamos ansiosos para ouvir sua contribuição! Sua participação é essencial para enriquecer nosso dropes!
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Por Regina Lemmi
Estagiária sob supervisão de Magaly Prado
Mosaicos Culturais Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789. Apresentação e edição: Caroline Kellen .
Ouça o que estudantes ouvem
Mosaicos Culturais vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado