Sérgio Sampaio (1947 – 1994) era filho de uma professora e de um artesão em sapatos, que também foi maestro e compositor, liderando diversas bandas da cidade. Assim, Sérgio Sampaio cresceu em um ambiente musical, rodeado por partituras e instrumentos. Aos 16 anos, viu seu pai compor uma canção que ele mesmo gravaria em 1973: Cala a boca, Zebedeu, relata o pesquisador Omar Jubran, em reportagem ao Jornal da USP.
Junto a Jards Macalé, Walter Franco (1945-2019) e Jorge Mautner, Sérgio Sampaio integrava o grupo dos chamados “malditos” da MPB, artistas que desafiavam as convenções e resistiam às regras da indústria musical, que priorizavam o sucesso popular. No entanto, após sua morte, sua obra foi redescoberta, e hoje ele é considerado um “gênio incompreendido” da música brasileira.
A carreira de Sérgio Sampaio deslanchou após ele inscrever e apresentar Eu quero é botar meu bloco na rua no Festival Internacional da Canção do Rio de 1972. Apesar de não ter sido uma das vencedoras da competição, a canção conquistou o público e se tornou um sucesso estrondoso em todo o País. Graças a essa popularidade, o cancionista capixaba gravou o primeiro álbum da carreira (com informações de Jornal da USP, Rádio Senado e Wikipédia).
Durante a ditadura militar, muitos compositores usavam suas canções para expressar descontentamento com a repressão e o autoritarismo no País. Devido à censura, eram obrigados a utilizar metáforas para comunicar seu posicionamento sem infringir as normas (com informações de musicasbrasileiras.wordpress.com). Sérgio Sampaio, por exemplo, em uma conversa com Erasmo Carlos (1941-2022), pioneiro do rock no Brasil, lamentou as dificuldades impostas pela censura e pela própria gravadora. Ele comentou sobre sua vontade de “botar o bloco na rua, de botar para ferver”, ou seja, de expressar-se livremente. Erasmo o incentivou a transformar essa ideia em uma música, algo que, segundo ele, refletia o sentimento de grande parte da classe artística na época. Inspirado, Sérgio Sampaio concluiu a letra de Eu quero é botar meu bloco na rua (Wikipédia e Músicas brasileiras).
Ao som de Eu quero é botar meu bloco na rua, Gustavo Bulla, estudante de Publicidade e Propaganda na Escola de Comunicações e Artes da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Gustavo contou que gosta bastante da música, pois, “a gente vem cansado, pega transporte público lotado e essa música dá um ânimo. ‘Eu quero chegar’, ‘fazer minha presença’, aprender aqui, mas também deixar minha marca na universidade. É uma motivação diária que faz a gente pensar”.
Ouça o podcast no link acima
O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais . Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que Estudantes Ouvem, transmitido nos dias 8 e 11 de novembro de 2024.
Se você deseja se juntar a nós nessa jornada musical, basta enviar um áudio compartilhando as melodias que embalaram seus dias e também as próprias interpretações sobre a interseção entre música e cinema. Estamos ansiosos para ouvir sua contribuição! Sua participação é essencial para enriquecer nosso dropes!
Entre em contato conosco pelo número do nosso WhatsApp: (11) 972815789.
Por Caroline Kellen
Estagiária sob supervisão de Magaly Prado
Mosaicos Culturais
Ouça o que estudantes ouvem
Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789.
Mosaicos Culturais vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.
Apresentação e edição: Regina Lemmi
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado
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