A pandemia de coronavírus causará impactos na gestão pública, principalmente no que diz respeitos às eleições deste ano. José Luiz Portella, doutor em História Econômica pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, acredita que essas consequências da crise poderão resultar no adiamento das eleições para o final do ano e também afetarão o comportamento do eleitor.
Por se tratar de um momento histórico e traumático, Portella diz que o estado psicológico do eleitor, assim como sua relação com a cidade em que vive neste momento de quarentena, será um fator decisivo nas eleições. “Quanto mais o eleitor se sentir chateado e deprimido, ele tenderá a votar para a oposição, com a ideia de mudança e esperança”, diz.
Outro fator a ser levado em consideração será a maneira com que os prefeitos locais gerenciarão a crise, sobretudo em cidades pequenas. Segundo o doutor pela FFLCH, o relacionamento dos governantes com os cidadãos irá influenciar as possibilidades de reeleição e também ocasionará a comparação entre cidades de porte semelhante.
Por fim, uma última dimensão de impacto na gestão pública é o futuro, principalmente no que diz respeito à economia. “Como ficará o emprego do eleitor, como a Prefeitura ajudou essas pessoas e os cidadãos mais vulneráveis, como será a proposta dos candidatos de geração de empregos e como será o tratamento dos impostos, por exemplo, serão questões de grande influência nas campanhas políticas”, analisa Portella.
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