A relevância econômica na história do futebol é evidenciada pelos impactos que a pandemia do novo coronavírus vem provocando. É este o tema do Momento Sociedade desta semana. José Luiz Portella, doutor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, aborda os principais aspectos da economia do futebol.
Para além do entretenimento, não é só isso que o esporte traz. “O futebol hoje é uma grande cadeia de negócios que trabalha na casa dos bilhões de dólares”, aponta Portella. Segundo o pesquisador, só no Brasil, o futebol representa em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo menor que outros países, mas ainda assim importante em geração de emprego e renda.
“Engana-se quem acha que o entretenimento é meramente a alegria de ver seu time ou seleção na TV”, afirma Portella. Ele cita estudos dos ganhadores do Prêmio Nobel de Economia de 2019, que trabalharam no combate à pobreza na Índia e no Quênia. Em uma das análises, quando as famílias ganhavam um pouco mais de dinheiro, elas não optaram por comprar comida (que já é comumente restrita) e sim compravam uma televisão, caso não houvesse entretenimento acessível na sua região. “Eles mostram que o entretenimento é muito importante na saúde psicológica de diversas pessoas.”
Outro aspecto do esporte é o sentimento de pertencimento e afeto. Para José Portella, “o futebol preenche o aspecto psicológico de conforto, neste mundo que é hostil, e preenche o aspecto de pertencimento, além da geração de emprego e renda. […] O futebol vai além do esporte meramente jogado em campo”. Dada a importância e diante das perdas atuais, para superar este momento é preciso compreensão de todos, desde os clubes e futebolistas até os torcedores comuns, no combate à pandemia.
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Momento Sociedade
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