Momento Odontologia #68: Evolução nos processos de restauração contribui para a preservação dos dentes

O professor Rafael Francisco Lia Mondelli, da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP, destaca que a evolução nos materiais e equipamentos tornou as restaurações menos invasivas e colaborou para o processo ser mais rápido e eficaz

 24/08/2020 - Publicado há 4 anos
Momento Odontologia - USP
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Momento Odontologia #68: Evolução nos processos de restauração contribui para a preservação dos dentes
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Quando se fala em saúde bucal, uma coisa muito comum entre os brasileiros são as restaurações, também chamadas de obturações. Nelas, o profissional dentista usa um determinado material para recuperar e resgatar a parte danificada do dente para que ele resgate a sua função. A odontologia evoluiu muito, não só em relação aos materiais, mas também quanto aos instrumentos utilizados nesse procedimento.

A evolução no processo de restauração dentária é o tema do Momento Odontologia desta semana, com o professor Rafael Francisco Lia Mondelli, do Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. Segundo o professor, uma das primeiras grandes novidades foi a caneta de alta rotação, que permitiu aos profissionais da odontologia o preparo dos dentes para uma restauração mais rápida e efetiva.  

Outros instrumentos também evoluíram e a odontologia ficou menos invasiva, o que levou à preservação de uma maior área do dente a ser restaurada. Mondelli ressalta que “outra evolução foi a adesão às estruturas dentárias”. O professor destaca o uso das estruturas de esmalte, em que “se aplica um sistema adesivo, para que dê retenção” ao dente. “E não só isso: se antes era possível somente fazer a polimerização química, depois surgiu a possibilidade de fazer a polimerização através da luz. É um material que permite substituir as estruturas dentais perdidas.”

O professor lembra que, ao mesmo tempo, aconteceu a evolução dos sistemas cerâmicos e também houve um avanço das tecnologias, que trouxe mais rapidez e qualidade para muitos procedimentos, além do surgimento dos cimentos resinosos adesivos. Tudo isso, diz o professor, faz parte do processo de restauração que, “como o próprio diz, é restaurar o elemento dental que sofreu alguma consequência, por uma lesão de cárie, uma erosão química, por exemplo”. 

A restauração pode ser feita de formas diferentes. A direta, mais utilizada, pode ser feita através de “uma resina composta, tanto nos dentes anteriores quanto nos posteriores”. Outro material que pode ser utilizado é o cimento de Ionômero de Vidro, “que pode servir como material restaurador provisório e/ou, então, definitivo, dependendo da situação clínica”. O professor ressalta que houve um grande desenvolvimento nas restaurações indiretas, com as conhecidas porcelanas, um processo um pouco mais trabalhoso. “Tem que fazer o preparo do elemento dental, uma moldagem que vai ser confeccionada em laboratório e depois cimentada na cavidade do dente preparado.”

Mondelli alerta que as restaurações precisam ser bem-feitas, “para que não tenha o risco de uma infiltração ao longo do tempo e ter que fazer novas restaurações”. Ele explica que isso pode ser um risco, já que “pode ter uma perda maior da estrutura dental”. O professor ressalta que os materiais utilizados têm um tempo de vida útil, “que varia pela característica e propriedades do material, a habilidade do operador e o tamanho da cavidade”. Ao comparar as restaurações diretas e indiretas, Mondelli destaca que “a resina composta tem uma vida útil menor que a porcelana”. 

Com as crianças, a situação não é diferente. “É extremamente importante ter o controle da cárie na cavidade bucal das crianças e orientar que elas devem fazer a higienização adequada”, destaca. Segundo Mondelli, esses cuidados são essenciais, porque “quanto melhor o controle, melhor vai ser a dentição permanente”. E os cuidados, que devem começar na infância, precisam ser mantidos na vida adulta. Aliás, os cuidados com os dentes restaurados “são os mesmos que temos com os que não têm restauração”. Manter a higienização adequada vai ser essencial no processo, já que “vai colaborar para que o paciente tenha um tempo maior de vida útil dessa restauração”.

Ouça o episódio completo do Momento Odontologia no player acima.

Produção e Apresentação Rosemeire Talamone
CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB)
Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS  
 
 

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