Momento Odontologia #127: Estresse associado a outros fatores de risco pode levar a doenças periodontais

Desde os anos de 1950 pesquisadores verificaram o estresse crônico como fator decisivo para o aparecimento e desenvolvimento de doença periodontal, pois indivíduos em condição depressiva relaxam na higiene oral e optam por dietas que propiciam maior acúmulo de placa bacteriana, por exemplo

 04/07/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 05/07/2022 as 11:32
Momento Odontologia - USP
Momento Odontologia - USP
Momento Odontologia #127: Estresse associado a outros fatores de risco pode levar a doenças periodontais
/

O estresse atinge 90% da população mundial e o Brasil está em segundo lugar no ranking de países com o maior número de pessoas estressadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O estresse pode causar inúmeros problemas de saúde, entre eles envelhecer o cérebro e causar doenças cardiovasculares. Mas, o estresse também pode causar doenças bucais, como a gengivite, processo inflamatório que acomete os tecidos que compõem a gengiva e a periodontite, processo mais grave do que a gengivite e que pode levar ao comprometimento da estrutura óssea, aquela que sustenta os dentes. Para falar sobre a relação entre esse e doença gengival, o Momento Odontologia desta semana conversou com o professor Sebastião Luiz Aguiar Greghi, do Departamento de Prótese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP.

A gengivite, em muitos casos, pode promover a recessão de gengiva e criar a migração dessa gengiva e, consequentemente,  expondo a raiz, o que leva a um problema estético ou de sensibilidade, sobretudo em relação a alimentos gelados ou açucarados. Os sinais inflamatórios da gengivite são muito variados entre as pessoas, portanto, é  importante que o paciente procure um profissional para o diagnóstico. Já a periodontite, ou doença periodontal, pode levar ao comprometimento da estrutura óssea, aquela que sustenta os dentes, é um processo que pode comprometer um, dois ou todos os dentes. 

Segundo Greghi, vários fatores podem levar ao aparecimento de doença periodontal, desde o seu início até o seu agravamento e entre eles está o estresse, associado a outros fatores de risco. “Desde a década de 1950 se verifica que o estresse é um fator bastante decisivo e, ao longo do tempo, isso vem ficando mais claro, mas não é um estresse pontual que leva ao aparecimento da doença periodontal, mas sim uma situação estressante, com depressão e ansiedade, se perpetuando. Todo esse processo altera a condição endócrina, a secreção de hormônios que repercute nos mecanismos de defesa do indivíduo.”

Além isso, diz o professor, o estresse promove outra condição crítica que leva a um maior risco de doença periodontal, ele aumenta a participação de outros fatores de risco. O professor cita como exemplos de fatores de risco para o desenvolvimento de doença periodontal em indivíduos em condição depressiva, o relaxamento na higiene oral, dietas que propiciam maior acúmulo de placa bacteriana, aumento do número de cigarros quando é fumante. 

Greghi alerta que a doença periodontal é multifatorial, portanto, para o tratamento todos os fatores de risco precisam ser considerados. “Se o estresse é um dos fatores participantes, ele também precisa ser considerado e tratado. Além disso, grande parte dos pacientes com doença periodontal precisam de tratamento cirúrgico, e óbvio que os fatores de risco atuando também vão prejudicar a recuperação, aumentando o índice de insucesso do tratamento periodontal.”

Produção e Apresentação Rosemeire Talamone
CoProdução: Alexandra Mussolino de Queiroz (FORP), Letícia Acquaviva (FO), Paula Marques e Tiago Rodella (FOB)
Edição: Rádio USP Ribeirão
E-mail: ouvinte@usp.br
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS  
 
 

.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.