O podcast Momento Odontologia desta semana, traz a segunda parte da entrevista com o professor Wilson Mestriner Junior, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP e coordenador do projeto Huka Katu, “sorriso lindo” na língua dos kamayurás, que vem do tronco linguístico tupi-guarani.
Neste episódio o professor conta como o projeto é estruturado e como se dá o aprendizado dos alunos participantes. Segundo Mestriner Junior, o projeto acadêmico Huka Katu funcionou como estágio até 2012 e agora foi transformado em disciplinas optativas – Atenção à Saúde Bucal em Populações Indígenas I e II, e seu objetivo vai além formação de dentistas, a ideia é estruturar um modelo de atenção em saúde bucal para o povo indígena.
A primeira disciplina é teórica, oferecida de forma remota e aborda conteúdos que trabalham desde a questão de educação, passando por políticas públicas, realidade cultural com abordagens antropológicas e sociológicas, sempre com orientação da interculturalidade, até as diretrizes do projeto.
A parte prática do projeto é desenvolvida já no parque, com todas as ações discutidas com as comunidades e com a coordenação do Distrito Sanitário Especial Indígena (Disei) do Xingu, em cerca de 18 dias, sempre com foco na atenção básica.
Segundo o coordenador, quando necessário é utilizada a infraestrutura do Polo de Saúde ou é feito o encaminhamento para os municípios de referência que ficam no entorno do parque. “Importante ressaltar que quando chegamos nas aldeias a primeira atitude é entrar em contato com as lideranças e entender o momento que a comunidade está vivendo, se o período é de ir para a roça ou se é de pesca. Priorizamos estabelecer os diagnósticos de riscos para cada família.” Além de chamar os de maior risco para as intervenções, como cirurgias e restaurações, o grupo faz atividades educativas, especialmente com os mais jovens, e todas as ações são documentadas.
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