Minuto Saúde Mental #62: Automutilação é cada vez mais frequente entre adolescentes e adultos mais jovens, aponta especialista

Conviver com pessoas que apresentam esse comportamento pode aumentar o risco. Conversar sobre o assunto e procurar ajuda profissional é o melhor caminho para evitar a automutilação

 29/09/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 01/02/2023 as 11:46
Minuto Saúde Mental - USP
Minuto Saúde Mental - USP
Minuto Saúde Mental #62: Automutilação é cada vez mais frequente entre adolescentes e adultos mais jovens, aponta especialista
/

A automutilação é o tema do podcast Minuto Saúde Mental desta semana. O professor João Paulo Machado de Sousa comenta que o termo faz referência ao ato de ferir a si mesmo, e que este comportamento está cada vez mais frequente na última década, principalmente entre adolescentes e adultos mais jovens.

Sousa esclarece que arranhões e cortes feitos com objetos pontiagudos são os mais frequentes, mas que algumas pessoas também provocam queimaduras no próprio corpo, seja com cigarro ou outros instrumentos. “Os lugares mais frequentes dos ferimentos são os braços, pernas e a parte da frente do tronco”, alerta o professor.

Os profissionais de saúde mental e pesquisadores da área entendem que indivíduos que passam por um sofrimento mental e uma angústia muito forte acabam se ferindo por não achar outra forma de aliviar essa dor. “O ato de ferir a si mesmo é visto, assim, como uma tentativa de controlar uma dor mental que parece insuportável”, completa Sousa. Este comportamento traz, além do sofrimento físico, um sentimento de culpa e vergonha para o indivíduo. 

É preciso um olhar atento para alguns sinais. O uso de roupas de frio, mesmo em dias com a temperatura alta, para esconder os ferimentos, é um indício importante. Além disso, o isolamento social e ferimentos que são descritos como acidentais, mas ocorrem com certa frequência, fora do padrão, precisam ser observados. Procurar um profissional nesses casos é essencial; por trás desse comportamento o indivíduo pode estar sofrendo com depressão, ansiedade ou algum transtorno de personalidade.

Por fim, Sousa conta que estudos mostram que “a convivência com pessoas que praticam a automutilação pode aumentar o risco para que isso aconteça”. Na era da internet é preciso ficar atento aos perfis que jovens e adolescentes seguem, qualquer interesse significativo em pessoas que causam ferimento no próprio corpo precisa ser investigado.


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.