Minuto Saúde Mental #12: O que são e para que servem os antipsicóticos?

Embora tenham sido desenvolvidos para tratar psicose, os antipsicóticos são usados atualmente para tratar sintomas que fazem parte de outros transtornos, como a ansiedade, por exemplo

 29/04/2021 - Publicado há 3 anos
Minuto Saúde Mental - USP
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Minuto Saúde Mental #12: O que são e para que servem os antipsicóticos?
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Esse é um nome que assusta muita gente, por isso, o professor João Paulo Machado de Sousa explica no podcast Minuto Saúde Mental desta semana como surgiu o nome antipsicótico, qual a sua finalidade e efeitos colaterais. “Várias pessoas se assustam quando leem a bula do remédio que seu médico receitou e veem que ele é um antipsicótico e que pode ter efeitos colaterais assustadores. Como costumamos falar aqui, no Minuto Saúde Mental, os remédios psiquiátricos são muito úteis e a maioria é bastante segura se utilizada de acordo com as recomendações de um profissional competente.”

Os antipsicóticos têm esse nome porque foram criados para tratar quadros de psicose. O professor diz que psicose é o nome que damos a um conjunto de sintomas que indicam perda de contato com a realidade, com delírios, alucinações e pensamento acelerado e confuso, por exemplo. “A psicose é uma condição que pode se desenvolver em diferentes contextos, como na esquizofrenia e no transtorno bipolar, mas também ocorre em pacientes com depressão grave e após o uso de substâncias que alteram o comportamento.”

Embora tenham sido desenvolvidos para tratar psicose, afirma Sousa, os antipsicóticos são usados atualmente para tratar sintomas que fazem parte de outros transtornos, como a ansiedade. “Nesse caso, os antipsicóticos podem ajudar a regular o sono e diminuir a agitação e a velocidade do pensamento, por exemplo.”

Sousa diz, ainda, que muita gente torce o nariz para essas medicações porque, além de terem um nome pouco familiar, elas podem causar efeitos colaterais importantes. As medicações mais antigas dessa classe, das quais a mais famosa é o Haldol, ficaram conhecidas por causarem problemas de movimento, chamados pelos profissionais de sintomas extrapiramidais. “Além disso, eles podem causar forte sedação.”

Os antipsicóticos mais atuais, como a risperidona ou a quetiapina, costumam ter menos efeitos colaterais, “mas também podem causar sedação, tontura, ganho de peso e outros problemas que merecem atenção”. Por esses efeitos, é muito importante que o tratamento com antipsicóticos seja feito por um psiquiatra e ajustado individualmente a cada paciente de modo a oferecer a melhor relação custo-benefício.

“É importante lembrar que, apesar dos efeitos colaterais que descrevemos, as medicações antipsicóticas ajudam muitos pacientes a levar uma vida mais saudável e com menos sofrimento.”

Minuto Saúde Mental tem apresentação do professor João Paulo Machado de Sousa, produção dos professores Sousa e Jaime Hallak, com apoio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Medicina Translacional, iniciativa do CNPq e Fapesp.


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