Mais da metade dos 19 movimentos dos seis Concertos de Brandenburgo utiliza a estrutura de ritornelo. O ritornelo é a repetição de um trecho da composição, o mesmo que refrão ou estribilho. Influenciado principalmente por Antonio Vivaldi, Bach desenvolveu a ideia do ritornelo mais do que qualquer outro compositor antes de Mozart, com inovações pessoais, originais e de longo alcance, segundo o musicólogo britânico Malcolm Boyd, no livro Bach – The Brandenburg Concertos.
Exemplo disso é o Concerto de Brandenburgo Número 4 em Sol Maior (BWV 1049), de Bach, que foi apresentado no programa Manhã com Bach, da Rádio USP (93,7 MHz), nos dias 8 e 9 de maio de 2021. O programa continuou as comemorações pelos 300 anos dos Six Concerts avec Plusiers Instruments (“Seis Concertos com Vários Instrumentos”) – título original em francês dos Concertos de Brandenburgo -, obras dedicadas ao margrave Christian Ludwig, de Brandenburgo, então uma corte ligada ao reino da Prússia, em 24 de março de 1721.
O terceiro movimento desse quarto concerto, presto, é um exemplo da mais estreita e satisfatória convergência entre a forma em ritornelo e a fuga em toda a música de Bach, ainda de acordo com Boyd. Para o musicólogo britânico, esse movimento constitui uma genuína e bem sucedida tentativa de obter uma fusão, mais do que uma mera mistura, entre essas duas estruturas tão diferentes – pode-se dizer até opostas -, o ritornelo e a fuga.
Além do Concerto de Brandenburgo Número 4, Manhã com Bach exibiu ainda a cantata Der Himmel lacht! Die Erde jubilieret!”, “O céu sorri! A terra jubila!” (BWV 31), datada de 1715, uma das cantatas compostas por Bach na corte de Weimar.
Ouça no link acima a íntegra do programa.
Dedicado à divulgação da música do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), Manhã com Bach vai ao ar pela Rádio USP (93,7 MHz) sempre aos sábados, às 9 horas, com reapresentação no domingo, também às 9 horas, inclusive via internet, através do site da emissora. Às segundas-feiras ele é publicado em formato de podcast na área de podcasts do Jornal da USP.
As edições anteriores de Manhã com Bach estão disponíveis neste link.