O primeiro movimento da segunda parte do Oratório de Natal (BWV 248), de Bach, é formado por uma sinfonia, ou seja, é um movimento instrumental, sem vozes. Ele é um exemplo do que afirma o músico e musicólogo alemão Albert Schweitzer (1875-1965) em seu livro J. S. Bach – Le Musicien-Poète (“J. S. Bach – O músico poeta”). Para Schweitzer, a música de Bach é “pictórica e poética”. “Tudo o que está contido no texto é reproduzido por Bach através dos sons, com toda a vivacidade e clareza”, escreve o músico. É o que se constata naquela sinfonia. Nela, percebe-se claramente o clima, o ambiente, a atmosfera dos campos em redor de Belém da Judeia, onde se dará a ação cantada nos 13 movimentos seguintes.
A segunda parte do Oratório de Natal é ouvida nesta edição de Manhã com Bach, que está apresentando em seis programas a íntegra dessa obra monumental de Bach. O Oratório de Natal (Weihnachtsoratorium, no original alemão) foi composto para celebrar o Natal de 1734 – há 290 anos, portanto. Ele tem seis partes, que contam a história do nascimento de Jesus Cristo, de acordo com os relatos registrados nos Evangelhos de Lucas e de Mateus. No total, a obra soma quase três horas de duração. Esta edição exibe ainda a Sonata para Violino e Cravo em Fá Menor (BWV 1018).
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