Lideranças nos meios corporativos ainda perpetuam preconceitos contra a mulher

Na entrevista desta quinta-feira (12) dos Novos Cientistas, a psicóloga Natália Lins Brandão falou sobre a sua pesquisa de mestrado apresentada no Instituto de Psicologia (IP) da USP. No estudo “O sexismo nas empresas a partir da perspectiva de profissionais de recursos humanos” ela optou por investigar como o sexismo se apresenta no cotidiano das empresas

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 12/03/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 13/05/2022 as 12:24
Jornal da USP
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Lideranças nos meios corporativos ainda perpetuam preconceitos contra a mulher
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Com uma experiência de cerca de nove anos atuando na área de Recursos Humanos (RH), a psicóloga Natália Lins Brandão decidiu empreender uma pesquisa no sentido de melhor compreender como as profissionais que atuam nessa área ainda sofrem por conta da diferença de gênero.

Há uma extensa bibliografia que debate tais diferenças, mas a psicóloga considera importante a sua investigação de como o sexismo é apresentado no cotidiano das empresas. “Principalmente verificando-se os processos de trabalho em recursos humanos, a área em que atuo”, disse. Sob orientação do professor Fábio de Oliveira, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, do Instituto de Psicologia (IP) da USP, Natália entrevistou seis profissionais que atuam na área de RH e analisou seus discursos. “Todas tinham mais de cinco anos de experiência na área”, ressaltou a psicóloga.

Dentre as constatações da pesquisa, está a de que a mulher ainda sofre preconceito de gênero e é preterida em processos seletivos por razões relativas à sua condição. “Apesar de anos de luta dos diversos movimentos feministas, de ações afirmativas e de iniciativas de gestão da diversidade, as mulheres ainda sofrem preconceito de gênero no trabalho”, constatou a psicóloga, ressaltando que elas também chegam a ser preteridas nos processos seletivos, de promoção e de avaliação, por razões relativas à condição de ser mulher. De acordo com Natália, as iniciativas de diversidade das empresas, quando existem, geram inclusão em certa medida, mas não resolvem os saldos de discriminação que a sociedade acumulou ao longo de seu processo histórico.


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