Jornal da USP no Ar – Medicina #14: A tecnologia na medicina avança – robôs cirúrgicos e ômega 3 hidrossolúvel

Especialista do InCor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP explica que as tecnologias robóticas trouxeram avanços, mas não são aplicáveis a todos os casos. Revertendo a lógica das cirurgias com grandes cortes, os robôs manipulados pelos médicos garantem avanços no procedimento cirúrgico. Já a nanotecnologia proporciona a produção de remédios que podem ser borrifados em alimentos e dissolvidos em bebidas, desenvolvida por uma startup em parceria com a USP

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 06/09/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 17/09/2019 as 8:51
Jornal da USP no ar: Medicina
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Jornal da USP no Ar – Medicina #14: A tecnologia na medicina avança - robôs cirúrgicos e ômega 3 hidrossolúvel
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Entre os avanços da medicina, a introdução do uso de robôs em cirurgias foi um grande passo em direção a procedimentos mais eficazes e menos invasivos. Revertendo a lógica das cirurgias com grandes cortes, os robôs manipulados pelos médicos garantem avanços no procedimento cirúrgico. Porém, o fato de tal tecnologia estar disponível não justifica sua utilização para tudo. O Jornal da USP no Ar conversou com o médico Paulo Pêgo-Fernandes, diretor da Unidade de Cirurgia Torácica do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP.

Ele conta que a história da cirurgia na medicina começou há 150 anos, com o início da utilização de anestesia. Por mais de um século, se manteve um conceito que dizia “grandes cirurgiões, grandes incisões” pelo fato de o corte grande garantir uma maior segurança. Este pensamento vigorou até cerca de 30 anos atrás, quando começaram a ser priorizados fatores como menos invasão e dores, melhor recuperação e rápido retorno às atividades. O primeiro passo nessa direção foi a utilização do vídeo nas cirurgias.

O médico exemplifica que, enquanto o vídeo possui visão bidimensional, os robôs têm a tridimensionalidade a seu favor, o que facilita procedimentos mais complexos. No entanto, ele ressalta, o fato de ter a tecnologia não significa ser ela melhor para tudo. Por exemplo, os exames de ressonância são ótimos e trouxeram grandes vantagens à medicina, porém, em muitos casos, um ultrassom é mais útil. Existem inúmeras decisões e procedimentos feitos pelos médicos, que estão distantes de serem incorporados pelos robôs. Da mesma forma que os pilotos de avião estão assumindo cada vez mais a função de supervisão, deve haver um progresso para tornar o processo cirúrgico cada vez mais autônomo e seguro.

O uso da tecnologia na medicina continua sendo destaque neste episódio. A dificuldade do idoso em engolir medicamentos levou uma startup de Ribeirão Preto, em parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo e o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HC-RP), a desenvolver novos tipos de remédios por meio da nanotecnologia. A empresa será lançada oficialmente no mercado ainda nesta semana, e acaba de receber a licença da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para desenvolver alimentos, remédios e cosméticos em versão nano. A iniciativa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com investimento de R$ 1 milhão. O Jornal da USP no Ar, com a participação do jornalista Ferraz Júnior, da Rádio USP de Ribeirão Preto, conversou com o criador da startup, Gustavo Cadurim, farmacêutico formado pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e especialista em nanotecnologia.

Não se esqueça, essas e outras entrevistas você acompanha de segunda a sexta, das 7h30 a 9h30, na Rádio USP 93,7 em São Paulo, 107,9 em Ribeirão Preto e streaming. Você pode baixar o podcast e ouvir a qualquer hora, acessando jornal.usp.br  ou utilizar seu agregador de podcast preferido, no Spotify, iTunes e CastBox.

Apresentação e produção: Roxane Ré

Edição de Som: Cido Tavares


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