Glaucoma pode levar à cegueira se não for tratado, alerta acadêmica

A doença não tem cura, mas é bem controlada com administração diária de colírios, o que só pode ser feito com acompanhamento médico pelos graves efeitos colaterais do mal uso das medicações

 07/03/2022 - Publicado há 2 anos
Jornal da USP
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Glaucoma pode levar à cegueira se não for tratado, alerta acadêmica
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Esta edição do Pílula Farmacêutica fala sobre os medicamentos usados no tratamento do glaucoma, uma doença oftalmológica que acomete cerca de 3% dos adultos com mais de 40 anos. São remédios de fácil aplicação (colírios), mas que podem trazer sérios efeitos colaterais, exigindo acompanhamento médico. O maior problema para o diagnóstico do glaucoma é ser uma doença assintomática em seus estágios iniciais. E, se não for tratada a tempo, pode levar à perda da visão.

Como é uma doença sem cura e assintomática nos estágios iniciais, a acadêmica Giovanna Bingre, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, alerta para fatores como idade, miopia elevada, hipertensão intraocular e afrodescendência, que predispõem ao aparecimento da doença nos olhos.

O que é o glaucoma?

Segundo a acadêmica, “glaucoma é uma doença crônica, sem cura e caracterizada pelo dano das fibras do nervo óptico”. Ocorre pelo aumento da pressão intraocular, com acúmulo de líquido dentro dos olhos.

Em estágio mais avançado, conta a acadêmica, acontece perda da visão periférica e sintomas como vermelhidão e dor nos olhos, dor de cabeça e náuseas. Não é contagiosa e pode atingir os dois olhos ao mesmo tempo, surgindo após traumas ou até ser congênita, quando já se nasce com o problema.

Como é feito o tratamento para o glaucoma?

A forma mais usada é a de colírio. A medicação pode agir de duas formas: “diminuindo a produção do líquido que temos nos olhos ou ajudando na drenagem”, informa Giovanna. O remédio mais utilizado é o maleato de timolol que age reduzindo a produção de líquido intraocular. “Sem o acúmulo dele, não tem resistência na drenagem e, logo, há diminuição da pressão nos olhos”, diz.

Contudo, conta a acadêmica, existem diversas opções de medicamentos e algumas pessoas podem necessitar de combinar mais de um colírio no tratamento, a depender da severidade do glaucoma.

Efeitos colaterais dos tratamentos do glaucoma

Entre os efeitos negativos do uso do maleato de timolol, relata Giovanna, estão alterações cardiovasculares e reações na pele. Há pessoas que podem sofrer episódios de hipotensão e precisam associar outros colírios ao tratamento. Esses medicamentos, avisa a acadêmica, também podem ser contraindicados para quem sofre com doença obstrutiva pulmonar, asma brônquica, insuficiência cardíaca e hipersensibilidade à droga.

Pelos riscos, Giovanna adianta que estas medicações só devem ser usadas com prescrição e acompanhamento médico. São remédios de fácil administração, apenas colírios, mas “o mal uso pode levar a consequências muito graves, incluindo danos a órgãos e em casos muito extremos, à morte”.

Prevenção do glaucoma

A acadêmica informa que, apesar de não ter cura, o glaucoma se estabiliza com o tratamento, que oferece qualidade de vida aos doentes. Por isso, segundo ela, compensa utilizar os colírios diariamente, seguindo as orientações médicas para diminuir possíveis desconfortos.

Mas, adianta, só a prevenção pode evitar o glaucoma e suas complicações. “O exame para detecção da doença é simples, indolor e rápido”, informa, alertando para a importância de realizar periodicamente consultas ao oftalmologista.


Pílula Farmacêutica
 
Apresentação: Kimberly Fuzel e Giovanna Bingre
Produção: Professora Regina Célia Garcia de Andrade e Rita Stella
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão 
E-mail: ouvinte@usp.br
Coordenação: Rosemeire Talamone
Horário: segunda e quarta, às 10h40
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 107,9; ou Ribeirão Preto FM 107.9, ou pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS .
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