
É uma crença comum, principalmente entre educadores, que existe um hemisfério cerebral dominante. Ter o hemisfério direito dominante determinaria certos traços de personalidade e de aprendizado, como ser mais criativo e intuitivo, enquanto ter o hemisfério esquerdo dominante culminaria em uma pessoa com traços mais racionais e lógicos. No Fake News Não Pod desta semana, a acadêmica Laura Colete Cunha explica que tudo não passa de mito.
“Não há provas de que exista dominância hemisférica no cérebro”, relata. “Contudo, através de estudos da neurociência, existe uma especialização de determinadas funções cerebrais.” Os estudos afirmam que a especialização de funções é mais complexa que uma simples dualidade entre lógica e criatividade.
Laura exemplifica: “A área de broca, localizada no hemisfério esquerdo, está relacionada com a articulação e geração da fala, e a área de wernicke, também localizada no hemisfério esquerdo, está relacionada com a compreensão da fala. Já no hemisfério direito temos áreas relacionadas ao processamento emocional e tarefas criativas”.
A acadêmica ressalta que muitos dos estudos que elucidam as distinções das funções cerebrais foram feitos em pacientes com desconexão hemisférica, ou seja, em um corpo caloso danificado, que é a estrutura que liga os dois hemisférios.
Desta forma, a ideia de dominância hemisférica usa descobertas científicas sobre assimetrias funcionais para o processamento de estímulos, criando concepções sobre diferenças hemisféricas, como estilo de pensamento cognitivo (como uma pessoa processa a informação) e personalidade (como uma pessoa se comporta e se relaciona com o mundo ao seu lado). Ela orienta: “Desconfie de dados simples e busque por informações em fontes confiáveis”.
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
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