Uma nova moda que se iniciou no Vale do Silício agora toma conta das redes sociais: o jejum de dopamina, tema do podcast Fake News Não Pod desta semana. Segundo Laura Colete Cunha, os adeptos dessa prática acreditam que temos níveis muito altos de dopamina em nosso cérebro, devido ao nosso modo de vida superestimulante. “Assim o jejum de dopamina ajudaria a nos sentirmos melhor e sermos mais produtivos.”
O jejum consiste em fugir de atividades que levem à liberação de dopamina no cérebro, o que inclui comer, ter interações sociais, usar o celular, dentre outras atividades. “Contudo, essa nova moda não passa de pseudociência”, afirma
Laura explica que a dopamina é um neurotransmissor que está envolvido em diversas funções, como nosso sistema de recompensa, por exemplo, entre eles o prazer, o aprendizado e a motivação. “Os níveis de dopamina não são reduzidos quando evitamos atividades superestimulantes. Não existe jejum de neurotransmissor. Na realidade, os adeptos do jejum de dopamina estão se privando de atividades saudáveis, como ter interações sociais e comer.”
A ideia original do jejum de dopamina, diz Laura, proposta pelo psiquiatra norte-americano Cameron Sepah, era a de se afastar das tecnologias e buscar por atividades mais simples que te conectem consigo mesmo e com os outros. “É plausível dar um descanso ao cérebro das redes sociais, mas o efeito positivo dessa prática pouco provavelmente tem relação com a dopamina.”
Busque informações em fontes confiáveis e fique atento às supostas práticas milagrosas.
Fake News não Pod
Produção: Vydia Academics, Pretty Much Science (PMScience),
Projeto: João Fake News (bit.ly/JoaoFakeNews).
Roteirista e apresentadora: Laura Colete Cunha
Coprodução e Edição: Rádio USP Ribeirão Preto
Coordenação: Rosemeire Talamone
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