Estudo arqueológico ajuda na preservação de território quilombola na Bahia

A pesquisa explora o processo histórico de formação, transformação e permanência da paisagem da comunidade quilombola de Galeão, localizada em uma antiga vila colonial do século 17, na ilha de Tinharé, no município de Cairu, litoral da Bahia

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 20/05/2021 - Publicado há 3 anos
Novos Cientistas - USP
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Estudo arqueológico ajuda na preservação de território quilombola na Bahia
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Trabalho de pesquisa do arqueólogo Fábio Guaraldo, que vem sendo desenvolvido no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP irá ajudar no processo de reconhecimento e preservação da comunidade quilombola de Galeão, que fica na ilha de Tinharé, no município de Cairu, litoral da Bahia. Em entrevista aos Novos Cientistas desta quinta-feira (20), Guaraldo descreveu como vem desenvolvendo sua pesquisa de doutorado.

De acordo com o pesquisador, registros históricos apontam a presença de quilombos durante todo o período colonial e imperial, favorecidos pela característica insular do local. “Este legado resultou em um município formado atualmente por uma maioria de afrodescendentes e mais de sete comunidades autoreconhecidas quilombolas”, disse Guaraldo. Em seu estudo, o arqueólogo realizou os trabalhos de campo junto à comunidade. “Os lugares significativos, indicados pelas pessoas de lá, tinham material arqueológico antigo e documentação histórica, o que ajudará a proteger o local das especulações imobiliárias”, destacou Guaraldo.

Ao todo, 17 sítios foram mapeados de diferentes períodos e características, entre antigas sedes de fazendas agrícolas escravagistas, antigos e recentes acampamentos de pesca, engenhos de dendê e assentamentos quilombolas. Além dos sítios localizados na antiga vila colonial, como a igreja do século 17, casas e casarões, antigas fontes d’água que delimitavam a área da vila, etc. Segundo o pesquisador, o conjunto desses sítios revelou uma paisagem historicamente desenhada pela territorialidade quilombola ao longo do tempo.


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