Estudo analisa a participação de lideranças negras na Guerrilha do Araguaia

De acordo com estudo de doutorado desenvolvido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP houve uma sub-representação da participação de mulheres e homens negros no episódio

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 13/04/2023 - Publicado há 1 ano
Novos Cientistas - USP
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Estudo analisa a participação de lideranças negras na Guerrilha do Araguaia
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O historiador Janailson Macêdo Luiz foi o entrevistado desta quinta-feira (13) no podcast Os Novos Cientistas. Ele é autor do estudo de doutorado Lutas pela autonomia, sonhos de revolução: Uma história da participação negra na Guerrilha do Araguaia (1972-1974). A pesquisa, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, sob orientação da professora Maria Helena Pereira Toledo Machado, busca lançar um novo olhar sobre o evento histórico a partir da importância da participação de pessoas negras, homens e mulheres, naquele período. “Não apenas isso, mas também destacar que houve uma sub-representação, seja na historiografia ou no debate público”, destacou o historiador.

Como lembrou Macêdo, o confronto, que aconteceu ao longo do Rio Araguaia, teve grande impacto junto a moradores da confluência dos Estados do Pará, Maranhão e atual Tocantins. “Foi a partir dos anos 1960 que este local recebeu milhares de migrantes, muitos negros, que chegavam à Amazônia Oriental buscando acesso à terra”, contou o historiador.

Como relatou Macêdo, desde os primeiros movimentos de migração dos negros à região, já ocorria o processo de invisibilização. Em seus levantamentos, o historiador buscou dados no Censo do ano de 1970. “Os dados, porém, não citam a população negra. Até porque o regime militar retirou do Censo, naquele ano, a qualificação cor”, disse. A pesquisa teve início em 2014, quando Macêdo passou a exercer a docência em História na Universidade Federal Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), em Marabá (PA). Contudo, desde a sua graduação ele já estudava as populações negras.

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