A partir de um evento que acontece anualmente na cidade de São Paulo, conhecido como Festival Feira Preta, a turismóloga Vanderléia Ricardo da Silva buscou compreender como o afroempreendedorismo contribui para a inserção da população negra empreendedora na cadeia produtiva. Para tanto, a pesquisadora usou como estudo de caso o festival, que traz a diversidade cultural por meio de atividades empreendedoras, artísticas e educacionais. Vanderléia foi a entrevistada desta quinta-feira (18) no podcast Os Novos Cientistas.
A pesquisa intitulada A inserção do Festival Feira Preta no calendário de turismo de eventos na cidade de São Paulo: o capital intelectual como força propulsora de difusão do movimento da população negra empreendedora foi realizada sob a orientação do professor Reinaldo Teles da EACH. “Dei início à pesquisa em 2018, quando realizei entrevistas semiestruturadas com 17 afroempreendedores autodeclarados negros. Numa segunda fase, em 2019, fui à feira novamente e realizei observações para compreender a dinâmica do evento”, contou Vanderléia. De acordo com a pesquisadora, o afroempreendedorismo ainda não está devidamente consolidado. “Ainda não temos um espaço negro na cidade de São Paulo para os afroempreendedores”, informou.
O Festival Feira Preta é um espaço, segundo Vanderléia, para a prática do afroturismo, pois há diferentes demonstrações de arte. “As feiras étnicas reúnem grandes oportunidades, pois seu capital cultural é imprescindível para a vida urbana, e contribui de forma definitiva para o turismo”, esclareceu. O festival acontece sempre em novembro, mas, de acordo com a pesquisadora, os afroempreendedores devem ser apoiados durante todo o ano.
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