Dispositivo feito em papel analisa amostras de cocaína com maior precisão

Usando papel sulfite e nanopartículas de ouro, o químico desenvolveu um método simples e de baixo custo capaz de analisar in-loco amostras de cocaína apreendida

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 31/03/2022 - Publicado há 2 anos
Novos Cientistas - USP
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Dispositivo feito em papel analisa amostras de cocaína com maior precisão
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No Instituto de Química (IQ) da USP, o químico Wilson Akira Ameku desenvolveu um sistema capaz de analisar, com maior precisão, amostras de cocaína apreendida. Os resultados estão na tese de doutorado de Akira intitulada Desenvolvimento de sensores (eletro)químicos em suporte de papel para análise de amostras de cocaína apreendidas. O químico foi o entrevistado desta quinta-feira (31) no podcast Os Novos Cientistas.

O sistema utiliza papel sulfite e nanopartículas de ouro e poderá ser usado diretamente em cenas de crime. Segundo Akira, apesar do uso de nanopartículas de ouro, a inovação consegue manter um baixo custo. Os sensores possuem cerca de 2 centímetros (cm) x 2cm e as nanopartículas são dispostas em tiras. “Eles são acompanhados de equipamentos eletroquímicos para as análises”, descreveu o pesquisador. “O custo pode ser estimado em cerca de R$ 0,40, já que a quantidade de ouro depositada é muito pouca”, complementa Akira. De acordo com ele, o processo facilitará os trabalhos de investigação e reduzirá os índices de resultados falsos-positivos que acontecem nas análises de amostras de cocaína.

Akira informou também que, além da cocaína, outras substâncias também poderão ser analisadas. Quanto à utilização do sistema, na prática, o pesquisador disse que ainda deverão ser realizados testes de validações com um maior número de amostras. “E isso poderá demorar em torno de seis meses a um ano”, calculou.

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