
Dados do Ministério da Saúde mostram que, a cada quatro mulheres, uma é vítima de violência. No último ano, foram registrados mais de 145 mil casos, envolvendo a violência física, sexual e psicológica. Com o passar dos anos, foram sendo criadas medidas protetivas para as mulheres, como a Lei Maria da Penha em 2006 e a Lei do Feminicídio em 2015; todavia, ainda não são suficientes para acabar com o problema.
Para falar sobre o tema, o Diálogos na USP, apresentado por Marcello Rollemberg, recebeu Maria Arminda do Nascimento Arruda, professora de Sociologia e diretora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, além de coordenadora do escritório USP Mulheres, e a pesquisadora Giane Silvestre, do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP e mestre em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Procurando explicar os motivos para o aumento da violência contra a mulher, a professora Maria Arminda explica que há múltiplas razões. Uma delas pode estar relacionada com a segurança que as mulheres têm sentido para denunciar, o que intensifica o número de registros e pode explicar essa alta na violência. Por outro lado, tal motivo não deve ser considerado o único. Há uma grande transformação nas relações entre mulheres e homens que tende a acirrar a violência, o que se relaciona com as questões de gênero