Esta semana, no Curioso por Ciência, Isabelle Rodrigues traz um tema importante para muitas mulheres que estão em busca de realizar o sonho de ser mãe: a receptividade do endométrio, tecido que reveste o útero e tem um papel fundamental na implantação do embrião, e como ele pode impactar os tratamentos de reprodução assistida.
Isabelle traz os resultados do estudo Endométrio fino refratário: protocolos de preparo endometrial e impacto nas taxas de gestação em ciclos de transferência de embrião congelado, na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, em que os pesquisadores analisaram 550 mulheres que passaram por tratamentos de reprodução assistida entre 2018 e 2020 no Hospital das Clínicas da FMRP. O objetivo era entender melhor a prevalência e as consequências do endométrio fino nos ciclos de transferência de embriões congelados.
Os resultados mostraram que 12% delas apresentaram endométrio fino em pelo menos um ciclo de preparo. Porém, o que chamou a atenção foi que, na maioria dos casos, ao tentar protocolos diferentes, o endométrio acabou respondendo bem nos ciclos subsequentes. Ainda assim, pouco mais de 3% dessas mulheres foram consideradas como portadoras de endométrio refratário, ou seja, um endométrio que não se desenvolve de forma satisfatória, mesmo com diferentes abordagens.
O estudo mostrou que os protocolos que utilizaram a aplicação de estradiol pela pele, a chamada via transdérmica, foram os mais eficazes para induzir o espessamento do endométrio, especialmente quando comparados ao ciclo natural. Isso sugere que os protocolos de preparo endometrial com estradiol para reprodução assistida podem ser uma boa alternativa para mulheres que enfrentam esse desafio de endométrio fino.
No entanto, é importante destacar que as mulheres com endométrio fino refratário apresentaram taxas de gravidez significativamente mais baixas em comparação com aquelas que tinham um endométrio adequado. Isso demonstra a dificuldade adicional que essas pacientes enfrentam nos tratamentos de reprodução assistida.
A pesquisa é o mestrado da Rafaela Dib Ishimura no programa de pós-graduação em Ginecologia e Obstetrícia da FMRP, defendido em 2023 e orientado pela professora Ana Carolina Japur de Sá Rosa e Silva.
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