O tema desta semana no Curioso por Ciência é a obesidade e suas consequências, especialmente a diabete tipo2 e outras doenças metabólicas. Sobre esse assunto, Isabelle Rodrigues traz os resultados da pesquisa de doutorado de Rafael Ferraz Bannitz, Estudo das alterações metabólicas e moleculares envolvidas na restrição calórica e na dieta hipoproteica em seres humanos.
No estudo Bannitz investigou se uma dieta com restrição de proteínas, mas sem cortes de calorias, poderia trazer benefícios para saúde. Lembrando que as principais fontes de proteínas na alimentação incluem carnes, ovos, leite e leguminosas. Para este estudo, 21 pessoas com síndrome metabólica foram divididas em dois grupos. Um grupo seguiu uma dieta com restrição calórica por 27 dias, enquanto o outro grupo seguiu uma dieta isocalórica, ou seja, com a mesma quantidade de calorias, mas com menos proteínas.
Os pesquisadores descobriram que assim como a dieta com menos calorias, a dieta com menos proteínas ajudou essas pessoas a perderem peso e melhorarem seu metabolismo. Isso inclui a redução da glicose no sangue, dos níveis de colesterol e da pressão arterial. Além disso, ambos os grupos mostraram uma melhora significativa na resistência à insulina, ou seja, a restrição de proteínas, sem reduzir as calorias, já foi suficiente para trazer benefícios para a saúde. “Isso sugere que uma dieta com menos proteínas, mas com uma leve compensação de carboidratos para manter o equilíbrio calórico, pode ser uma abordagem mais prática e menos radical para melhorar a saúde metabólica.”
Estes resultados, diz Isabelle, sugerem que nem sempre é necessário fazer grandes cortes nas calorias para melhorar a saúde. A redução de proteínas na dieta, mantendo as calorias, já pode ser suficiente para alcançar resultados significativos. “Esse tipo de mudança na dieta pode ser uma nova ferramenta no combate a doenças metabólicas, como o diabetes tipo 2.”
Bannitz defendeu sua tese de doutorado no programa de pós-graduação em Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, em 2021, orientado pela professora Maria Cristina Foss de Freitas.
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