Na entrevista desta quinta-feira (18) no podcast Os Novos Cientistas a pesquisadora Laís Canniatti Brazaca descreveu como foi o desenvolvimento de um novo biossensor capaz de detectar o Alzheimer a partir da quantificação de duas proteínas, a Fetuína-B e a Clusterina. Quando encontradas em concentrações alteradas no sangue, as substâncias podem indicar um possível diagnóstico da doença.
O sistema, desenvolvido no Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, poderá trazer mais confiança no diagnóstico a um custo mais baixo. Os estudos de Laís foram desenvolvidos em seu doutorado realizado no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC (GNano), sob a coordenação do professor Valtencir Zucolotto, e aperfeiçoado durante um estágio sanduíche realizado pela estudante na Universidade da Califórnia, em San Diego (Estados Unidos), sob supervisão do professor Joseph Wang.
Laís explicou que o biossensor é um dispositivo simples baseado em papel, no qual se encontram nanopartículas de ouro complexadas a anticorpos seletivos para os biomarcadores. “Ao depositar uma simples gota de sangue no papel, em poucos segundos o biofluido escorre em direção aos anticorpos, permitindo que as proteínas Fetuína-B e Clusterina se liguem às nanopartículas de ouro e se concentrem em uma determinada região, causando uma mudança de cor no papel de branco para rosa”, explicou. O dispositivo, porém, ainda não foi testado com sangue, tendo sido somente avaliado em amostras ideais, contendo as proteínas estudadas.
Durante as pesquisas, os testes custaram, em média, R$ 50,00. Porém, com a ampliação da escala de produção e com a adaptação de algumas técnicas utilizadas no desenvolvimento do sistema, é possível que cada teste venha a ter um custo médio de R$ 10,00.