Baterias biológicas transformam resíduos de esgoto e da agroindústria em energia elétrica

Protótipos de Células a Combustível Microbianas (CCM) desenvolvidos na USP geraram até 48 watts de energia elétrica, a partir de águas residuárias urbanas e agroindustriais, como a vinhaça, que é um resíduo da produção de bioetanol

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 15/04/2021 - Publicado há 3 anos     Atualizado: 21/04/2021 as 20:15
Novos Cientistas - USP
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Baterias biológicas transformam resíduos de esgoto e da agroindústria em energia elétrica
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Um grupo de pesquisa liderado pelo professor Marcelo Nolasco, do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP desenvolveu um sistema capaz de gerar eletricidade a partir de águas residuárias urbanas e agroindustriais, a exemplo da vinhaça, resíduo obtido na produção de bioetanol. Na entrevista desta quinta-feira (15) nos Novos Cientistas, os gestores ambientais Vitor Cano e Júlio Cano, que integram a equipe de pesquisadores, descreveram como foram concebidas as Células a Combustível Microbianas (CCM), que também podem ser chamadas de “baterias biológicas” ou “biobaterias”.

Vitor e Júlio Cano integram o Grupo de Pesquisa Água, Saneamento e Sustentabilidade – GEPASS que mantem seis unidades de geração na EACH e que apresenta potência em torno de 48 watts por metro cúbico (m3) de volume do sistema. “Na melhor condição, até agora, normalizando para uma capacidade de 1 metro cúbico (m³), nossa CCM gerou 48 watts de potência. Mantendo a célula a combustível microbiana em operação por um mês seria possível carregar um smartphone por até dez meses, ou uma lâmpada de LED (equivalente a 60W) por quatro meses”, estimou Vitor Cano.

Atualmente, os pesquisadores trabalham em processos de otimização da CCM. Dentre os diversos pontos investigados, há a otimização dos bioprocessos, a automatização do sistema, a identificação e uso de materiais para a construção das câmaras que compõem a CCM. Júlio Cano, que vem fazendo seu mestrado na EACH, trabalha nesse sentido e avalia como as condições de funcionamento afetam os custos do equipamento. “Estamos buscando ampliar o potencial de geração de eletricidade alcançado na primeira etapa do estudo para valores que permitam avançar no ganho de escala da CCM”, citou. A solicitação de depósito de patente baseada no projeto foi efetuada no último mês de março.


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